Economia

Venda de terrenos de marinha pode render R$ 3 bilhões à União

Em cerca de 300 mil terrenos, União é dona de 17% da propriedade, que deverão ser desfeitos

Paulo Guedes, ministro da Economia: ministério pretende a parte da União aos ocupantes, que passarão a ter total posse dos terrenos (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Paulo Guedes, ministro da Economia: ministério pretende a parte da União aos ocupantes, que passarão a ter total posse dos terrenos (Patricia Monteiro/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de fevereiro de 2020 às 06h26.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2020 às 12h09.

São Paulo — A venda de cerca de 300 mil terrenos de marinha (próximos da linha das marés) em todo o país pode render R$ 3 bilhões à União. O levantamento foi divulgado na semana passada pela Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União do Ministério da Economia.

Atualmente, a propriedade desses terrenos é dividida entre a União e um particular - cidadão ou empresa. O particular fica com 83% do domínio, cabendo à União a posse dos 17% restantes, num regime chamado de aforamento. Nesse modelo, o ocupante paga a taxa anual de foro, espécie de aluguel pelo uso da parte pertencente ao governo.

O Ministério da Economia pretende vender os 17% da União aos ocupantes, que passarão a ter total posse dos terrenos. Embora o instrumento exista na legislação, a Medida Provisória 915, editada no fim de dezembro, simplifica os procedimentos para a remissão de foro, nome oficial desse tipo de venda.

A medida provisória também agiliza a avaliação do valor das propriedades. Até o fim do ano passado, o terreno precisava receber a visita de um agente da União para ser avaliado.

Agora, o procedimento passará a ser feito automaticamente, por meio de uma avaliação informatizada baseada em modelos estatísticos adaptados a cada localidade. Nas próximas semanas, o Ministério da Economia editará uma portaria regulamentando a avaliação eletrônica.

O modelo de aforamento baseia-se num contrato de 1831 que delimitava as áreas pertencentes à União conforme o movimento das marés. Segundo a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), esse regime não condiz com a realidade atual, o que justifica a venda dos terrenos em larga escala.

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