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Varejistas apostam em novas lojas para driblar vendas fracas

Segundo analistas, este ano será propício para a expansão das companhias, que devem manter a estratégia de garantir boa parte do aumento de receita de novas lojas

Supermercado do Pão de Açúcar: companhia prevê 500 novas lojas até 2015, sendo que a média anual dessa estimativa é de perto de 170 unidades (ALEXANDRE BATTIBUGLI)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 11h47.

São Paulo/Rio de Janeiro - As principais varejistas brasileiras devem manter a aposta em planos de expansão orgânica agressivos para 2013, apesar de algumas não terem cumprido as metas traçadas no último ano, como forma de driblar a persistente desaceleração no ritmo de crescimento de vendas .

Segundo analistas ouvidos pela Reuters, este ano ainda será propício para a expansão das companhias, que devem manter a estratégia vista nos últimos anos de garantir boa parte do aumento de receita proveniente de novas lojas, ao passo que as vendas comparáveis seguem fracas.

"Em linhas gerais deve haver um crescimento orgânico forte ainda... Todas as empresas querem focar em rentabilidade, que naturalmente deverá vir em função da diluição das despesas e menor representatividade das lojas novas", disse a analista Júlia Monteiro, da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

A maturidade de novos pontos de venda costuma levar de três a cinco anos, dependendo da unidade, e representa uma melhoria de margens para as companhias, além de diluição de despesas como as de logística e melhor negociação com fornecedores.

Somado a isso, se consideradas as maiores varejistas que têm capital aberto, o desempenho das vendas pelo conceito mesmas lojas --que leva em conta aquelas em operação há pelo menos 12 meses-- deixou a desejar no ano passado, com crescimento de um dígito apenas e bem inferior ao apurado em anos anteriores.

O Grupo Pão de Açúcar apresentou vendas comparáveis (mesmas lojas) 7 por cento maiores em 2012, nível inferior ao do ano anterior, quando houve alta de 8,8 por cento.

A Cia Hering apresentou vendas mesmas lojas negativas no quarto trimestre na comparação anual, com variação negativa de 0,2 por cento, motivando forte queda de suas ações na Bovespa.


"As companhias precisam crescer ou terão sua rentabilidade comprimida. No ano passado houve expansão e em 2011 também. Se for mantido um ritmo de crescimento similar, esse efeito acaba não sendo negativo", afirmou um analista que preferiu não se identificar.

Nesse sentido, tanto Pão de Açúcar quanto Cia Hering --as mais recentes varejistas a divulgarem dados preliminares para 2012-- mantiveram as apostas em planos de expansão ambiciosos para os próximos anos.

O Pão de Açúcar prevê 500 novas lojas até 2015, sendo que a média anual dessa estimativa é de perto de 170 unidades, quase o dobro das 95 lojas inauguradas em 2012 e que ficaram abaixo da meta do grupo, de abrir de 120 a 140 unidades.

"A meta é ambiciosa e agressiva, mas factível se mantivermos o ritmo de 51 lojas do quarto trimestre", disse à Reuters o diretor de Relações Corporativas e de Relações com Investidores do grupo, Vitor Fagá. "Aceleramos o ritmo de abertura a partir do terceiro trimestre, o que impactou o número fechado do ano." Já a Cia Hering quer inaugurar 107 pontos de venda em 2013, praticamente o mesmo número do ano passado, quando foram abertas 105 unidades.

A Lojas Renner, por sua vez, também não alcançou a meta traçada para 2012, de abrir de 25 a 30 lojas, em função do atraso na inauguração de alguns shoppings, segundo a empresa, que fechou o ano com 24 novos pontos. Ainda assim, a varejista de vestuário espera abrir cerca de 50 lojas em 2013.

Como e para onde crescer

Para os analistas consultados, ainda que a expansão seja vista como positiva, a preocupação é para onde as varejistas vão se expandir, visto que grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo são caros e sofrem de escassez de terrenos.


"A tendência é continuar indo para as regiões Norte e Nordeste, além de cidades do interior. Todas elas já fizeram diferentes modelos de lojas e produtos", disse Júlia, da CGD.

Outra dúvida gira em torno de como as empresas vão sustentar o crescimento orgânico em meio a um ambiente econômico ainda bastante incerto.

"Os empresários estão moderadamente otimistas com 2013, mantendo, até o momento, o plano de abertura de lojas para o ano... Há que se ponderar que o ano está apenas começando", assinalou a analista Maria Cristina Costa, da Lopes Filho Consultoria.

A atividade varejista no Brasil encerrou 2012 com crescimento de 6,4 por cento, o menor ritmo de expansão dos últimos três anos, segundo a Serasa Experian.

Para este ano, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que representa as 40 maiores varejistas do país, prevê que as vendas reais subam em torno de 11,5 por cento, com alta de apenas 5 por cento nas vendas comparáveis.

Em contrapartida, o IDV estima que 720 novas lojas devem ser abertas pelos associados este ano, alta de 14 por cento em área de vendas sobre 2012.

"Estamos vivendo um cenário desafiador que tende a se perpetuar pelo menos por boa parte de 2013", disse Maria Cristina. "No primeiro ou segundo trimestre as varejistas terão um termômetro melhor para o ano que começa", completou a analista.

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São Paulo/Rio de Janeiro - As principais varejistas brasileiras devem manter a aposta em planos de expansão orgânica agressivos para 2013, apesar de algumas não terem cumprido as metas traçadas no último ano, como forma de driblar a persistente desaceleração no ritmo de crescimento de vendas .

Segundo analistas ouvidos pela Reuters, este ano ainda será propício para a expansão das companhias, que devem manter a estratégia vista nos últimos anos de garantir boa parte do aumento de receita proveniente de novas lojas, ao passo que as vendas comparáveis seguem fracas.

"Em linhas gerais deve haver um crescimento orgânico forte ainda... Todas as empresas querem focar em rentabilidade, que naturalmente deverá vir em função da diluição das despesas e menor representatividade das lojas novas", disse a analista Júlia Monteiro, da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

A maturidade de novos pontos de venda costuma levar de três a cinco anos, dependendo da unidade, e representa uma melhoria de margens para as companhias, além de diluição de despesas como as de logística e melhor negociação com fornecedores.

Somado a isso, se consideradas as maiores varejistas que têm capital aberto, o desempenho das vendas pelo conceito mesmas lojas --que leva em conta aquelas em operação há pelo menos 12 meses-- deixou a desejar no ano passado, com crescimento de um dígito apenas e bem inferior ao apurado em anos anteriores.

O Grupo Pão de Açúcar apresentou vendas comparáveis (mesmas lojas) 7 por cento maiores em 2012, nível inferior ao do ano anterior, quando houve alta de 8,8 por cento.

A Cia Hering apresentou vendas mesmas lojas negativas no quarto trimestre na comparação anual, com variação negativa de 0,2 por cento, motivando forte queda de suas ações na Bovespa.


"As companhias precisam crescer ou terão sua rentabilidade comprimida. No ano passado houve expansão e em 2011 também. Se for mantido um ritmo de crescimento similar, esse efeito acaba não sendo negativo", afirmou um analista que preferiu não se identificar.

Nesse sentido, tanto Pão de Açúcar quanto Cia Hering --as mais recentes varejistas a divulgarem dados preliminares para 2012-- mantiveram as apostas em planos de expansão ambiciosos para os próximos anos.

O Pão de Açúcar prevê 500 novas lojas até 2015, sendo que a média anual dessa estimativa é de perto de 170 unidades, quase o dobro das 95 lojas inauguradas em 2012 e que ficaram abaixo da meta do grupo, de abrir de 120 a 140 unidades.

"A meta é ambiciosa e agressiva, mas factível se mantivermos o ritmo de 51 lojas do quarto trimestre", disse à Reuters o diretor de Relações Corporativas e de Relações com Investidores do grupo, Vitor Fagá. "Aceleramos o ritmo de abertura a partir do terceiro trimestre, o que impactou o número fechado do ano." Já a Cia Hering quer inaugurar 107 pontos de venda em 2013, praticamente o mesmo número do ano passado, quando foram abertas 105 unidades.

A Lojas Renner, por sua vez, também não alcançou a meta traçada para 2012, de abrir de 25 a 30 lojas, em função do atraso na inauguração de alguns shoppings, segundo a empresa, que fechou o ano com 24 novos pontos. Ainda assim, a varejista de vestuário espera abrir cerca de 50 lojas em 2013.

Como e para onde crescer

Para os analistas consultados, ainda que a expansão seja vista como positiva, a preocupação é para onde as varejistas vão se expandir, visto que grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo são caros e sofrem de escassez de terrenos.


"A tendência é continuar indo para as regiões Norte e Nordeste, além de cidades do interior. Todas elas já fizeram diferentes modelos de lojas e produtos", disse Júlia, da CGD.

Outra dúvida gira em torno de como as empresas vão sustentar o crescimento orgânico em meio a um ambiente econômico ainda bastante incerto.

"Os empresários estão moderadamente otimistas com 2013, mantendo, até o momento, o plano de abertura de lojas para o ano... Há que se ponderar que o ano está apenas começando", assinalou a analista Maria Cristina Costa, da Lopes Filho Consultoria.

A atividade varejista no Brasil encerrou 2012 com crescimento de 6,4 por cento, o menor ritmo de expansão dos últimos três anos, segundo a Serasa Experian.

Para este ano, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que representa as 40 maiores varejistas do país, prevê que as vendas reais subam em torno de 11,5 por cento, com alta de apenas 5 por cento nas vendas comparáveis.

Em contrapartida, o IDV estima que 720 novas lojas devem ser abertas pelos associados este ano, alta de 14 por cento em área de vendas sobre 2012.

"Estamos vivendo um cenário desafiador que tende a se perpetuar pelo menos por boa parte de 2013", disse Maria Cristina. "No primeiro ou segundo trimestre as varejistas terão um termômetro melhor para o ano que começa", completou a analista.

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