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Da Redação
Publicado em 3 de março de 2010 às 11h55.
CANBERRA (Reuters) - A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) estima que a produção de açúcar do Brasil vai saltar mais de 10 por cento em 2010/11, em meio a uma alta da produtividade e a uma esperada recuperação nos preços globais.
"Deveremos ter pelo menos 140 quilos por tonelada de açúcar recuperável", disse ele em uma conferência de commodities na capital australiana nesta quarta-feira.
Isso significaria um aumento de cerca de 8 por cento ante 2009/10, em que a taxa de açúcares totais recuperáveis está em torno de 130 quilos por tonelada. Até a primeira quinzena de fevereiro em 2009/10, o Brasil moeu 532,5 milhões de toneladas.
"Devemos também esperar um aumento da taxa de crescimento para açúcar e etanol que será maior do que a de cana, devido aos ganhos na produtividade que esperamos --deve ser muito mais de 10 por cento que esperamos para o crescimento da cana-de-açúcar", completou ele.
Os preços do açúcar têm enfrentado uma montanha-russa. Desde que atingiram uma máxima de 29 anos de 30,40 centavos de dólar em 1o de fevereiro, o açúcar bruto recuou 30,52 por cento.
Mas Sousa, repetindo outros panoramas altistas apresentados na conferência, disse que os preços devem se fortalecer porque o consumo global ainda supera a produção, apesar da controversa medida da União Europeia no mês passado de exceder suas cotas de exportação.
Além disso, disse ele, a produção foi afetada por safras mais fracas no ano passado tanto no Brasil quanto na Índia, o maior consumidor mundial de açúcar e o segundo maior produtor.
A maior refinaria de açúcar da Austrália, a CSR Sugar, também demonstrou otimismo com os preços, sugerindo que os temores iniciais sobre as exportações europeias vão diminuir conforme o mercado volta a se concentrar no desequilíbrio entre oferta e demanda.
O presidente da CSR, Ian Glasson, disse que a Austrália também espera elevar a produção para atender a demanda.
"A produção de açúcar da Austrália tem capacidade para crescer possivelmente 5 a 10 por cento, mas não é como no Brasil, onde o crescimento é de 10 por cento --isso equivale a uma nova indústria de açúcar australiana por ano", disse ele à Reuters.