Economia

Um negócio de oportunidade

oportunidadeDepois de uma tentativa fracassada de vender roupas infantis produzidas na pequena confecção que montara, o microempresário Sergio Giantorno decidiu aventurar-se num negócio tão certeiro quanto ilícito em ano de Copa do Mundo: produzir e vender uniformes da seleção brasileira. Os equipamentos Giantorno já possuía, guardados em sua casa na Vila Ema, na zona leste […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h46.

oportunidadeDepois de uma tentativa fracassada de vender roupas infantis produzidas na pequena confecção que montara, o microempresário Sergio Giantorno decidiu aventurar-se num negócio tão certeiro quanto ilícito em ano de Copa do Mundo: produzir e vender uniformes da seleção brasileira. Os equipamentos Giantorno já possuía, guardados em sua casa na Vila Ema, na zona leste da capital. Em abril passado, ele buscou orientação sobre como transformar camisetas amarelas no uniforme oficial. Numa loja atacadista, o funcionário informou que bastaria comprar papel sublimático -- um tipo especial de papel usado para estampar símbolos, como o da CBF. Giantorno trabalhou dia e noite até acumular um bom estoque. Passou a comercializar camisetas e calções numa barraca instalada na rua Barão de Duprat, no centro de São Paulo. Vendia calção a 5 reais e por 6,5 a camiseta. Para ter uma idéia da diferença, nas lojas esportivas uma camiseta oficial da Nike não sai por menos de 180 reais. Ao constatar a grande procura por camisetas para crianças, também passou a produzi-las à noite, numa saleta de casa.

O novo negócio de Giantorno prosperava até que no dia 3 de maio, uma sexta-feira, investigadores da Delegacia de Crimes contra a Propriedade Imaterial apreenderam em sua casa 1 530 peças de seu estoque. Apenas uma semana após a apreensão, Giantorno estava atrás de uma barraca na rua 25 de Março vendendo calções e camisetas com o logotipo pirateado da CBF e da Nike, que detém os direitos da marca. "Tive um grande prejuízo quando levaram minha mercadoria e agora preciso recuperar as vendas para pagar minhas contas", disse ele a EXAME SP. "Afinal, o pessoal da Nike está rico."

Do outro lado da cidade, num ponto bem conhecido em frente ao estádio do Pacaembu, policiais investigavam no final de maio a movimentação de venda de uniformes. No dia 29, um Santana Quantum e uma perua carregada de uniformes da seleção brasileira faziam a entrega das mercadorias para venda nos dias que antecediam a primeira partida do Brasil na Copa, contra a Turquia. Munidos de um mandado de busca e apreensão expedido em favor da Nike, os policiais, acompanhados de representantes da empresa, recolheram 1 650 camisetas piratas. O vendedor, Antonio Carlos Silva, ainda tentou convencer um investigador. "É todo o meu estoque, não dá para negociar?" E o investigador: "Negociar? Que é isso, meu amigo, está escrito na minha testa que sou fiscal da prefeitura?"

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