Exame Logo

UE toma novo rumo por consequências da austeridade

A receita de austeridade como única forma de combater a crise levou a mudanças de governos em países como a França e despertou extremismos

Eleição de Hollande na França foi uma das consequências políticas das impopulares medidas de austeridade levadas pelos governos europeus (Thomas Coex/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2012 às 14h56.

Bruxelas - O crescimento da economia e os efeitos políticos das medidas de austeridade, que fizeram com que a maioria dos governos europeus anteriores à crise saíssem derrotados das urnas, marcaram nesta quarta-feira o Dia da Europa.

A data, comemorada desde 1985, celebra a Declaração Schuman, proposta feita pelo político Roberto Schuman, em 9 de maio de 1950, de criar uma comunidade para unir o continente no pós-guerra, o que deu origem à União Europeia (UE).

A receita de austeridade como única forma de combater a crise levou a mudanças de governos em países como a França e despertou extremismos de esquerda e direita em meia Europa. Por isso, a UE adotou como plano B um plano que alie disciplina fiscal com políticas de investimento.

Em 23 de maio, os líderes da UE celebrarão uma cúpula extraordinária que será a estreia da dupla "Merkollande", formada pela chanceler alemã, Angela Merkel, e o novo presidente da França, François Hollande.

"A austeridade não pode se transformar numa condenação fatalista", disse o socialista Hollande após vencer neste domingo as eleições presidenciais francesas, que podem ser interpretadas como um voto de reprovação às políticas econômicas capitaneadas pela dupla "Merkozy" (a chanceler alemã e o presidente em fim de mandato Nicolas Sarkozy).

Suas palavras poderiam ser incluídas no discurso desta quarta-feira do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, quem afirmou que a "Europa não é uma ameaça para o emprego, mas sim uma fonte de emprego".

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, antecipou o conteúdo da cúpula extraordinária defendendo uma aposta no crescimento por meio de um "pacto político", um novo "Plano Marshall" para a Europa, que no entanto, segundo ele, não poderá deixar de lado as reformas estruturais.


Já o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, fez um apelo pela união e a solidariedade da UE, lembrando o espírito da Declaração Schuman. "Só juntos poderemos combater a piora da economia e alta do desemprego", acrescentou.

As últimas eleições da Europa foram marcadas pelo aumento das opções políticas extremistas, como da candidata Marine Le Pen, na França, ou do partido neonazista Amanhecer Dourado, na Grécia.

Esta tendência também foi sentida na Holanda, onde recentemente o governo liderado pelo conservador Mark Rutte renunciou após o radical Geert Wilders, líder do anti-islâmico Partido para a Liberdade, retirar seu apoio para as reformas econômicas exigidas pela UE para que o país cumpra com as metas de déficit fiscal.

"Se queremos sobreviver na Europa temos que aprender a atuar de mãos dadas. Os interesses dos europeus não podem mais ser separados", afirmou Schulz, que criticou os extremismos e a onda de ceticismo no continente.

O político socialista alemão frisou que a UE trouxe para a Europa o maior período de estabilidade, paz e progresso social desde a Segunda Guerra Mundial.

Apesar da celebração do Dia da Europa, apenas um terço dos 754 deputados estavam presentes no plenário da Eurocâmara, em Bruxelas.

Todos os partidos, menos os conservadores e os eurocéticos, aprovaram que a UE siga o caminho do crescimento, e alertaram para as consequencias do desinteresse político dos europeus em função da crise.

Guy Verhofstadt, presidente do grupo liberal, lamentou que os líderes europeus "realizem o Dia da Europa ao invés de se conscientizaram de seu fracasso para sair da crise".

Já o líder do partido Verde, Daniel-Cohn Bendit, advertiu que o xenofobismo ira crescer na Europa se for dito ao "povo que não há alternativas aos ajustes".

Veja também

Bruxelas - O crescimento da economia e os efeitos políticos das medidas de austeridade, que fizeram com que a maioria dos governos europeus anteriores à crise saíssem derrotados das urnas, marcaram nesta quarta-feira o Dia da Europa.

A data, comemorada desde 1985, celebra a Declaração Schuman, proposta feita pelo político Roberto Schuman, em 9 de maio de 1950, de criar uma comunidade para unir o continente no pós-guerra, o que deu origem à União Europeia (UE).

A receita de austeridade como única forma de combater a crise levou a mudanças de governos em países como a França e despertou extremismos de esquerda e direita em meia Europa. Por isso, a UE adotou como plano B um plano que alie disciplina fiscal com políticas de investimento.

Em 23 de maio, os líderes da UE celebrarão uma cúpula extraordinária que será a estreia da dupla "Merkollande", formada pela chanceler alemã, Angela Merkel, e o novo presidente da França, François Hollande.

"A austeridade não pode se transformar numa condenação fatalista", disse o socialista Hollande após vencer neste domingo as eleições presidenciais francesas, que podem ser interpretadas como um voto de reprovação às políticas econômicas capitaneadas pela dupla "Merkozy" (a chanceler alemã e o presidente em fim de mandato Nicolas Sarkozy).

Suas palavras poderiam ser incluídas no discurso desta quarta-feira do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, quem afirmou que a "Europa não é uma ameaça para o emprego, mas sim uma fonte de emprego".

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, antecipou o conteúdo da cúpula extraordinária defendendo uma aposta no crescimento por meio de um "pacto político", um novo "Plano Marshall" para a Europa, que no entanto, segundo ele, não poderá deixar de lado as reformas estruturais.


Já o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, fez um apelo pela união e a solidariedade da UE, lembrando o espírito da Declaração Schuman. "Só juntos poderemos combater a piora da economia e alta do desemprego", acrescentou.

As últimas eleições da Europa foram marcadas pelo aumento das opções políticas extremistas, como da candidata Marine Le Pen, na França, ou do partido neonazista Amanhecer Dourado, na Grécia.

Esta tendência também foi sentida na Holanda, onde recentemente o governo liderado pelo conservador Mark Rutte renunciou após o radical Geert Wilders, líder do anti-islâmico Partido para a Liberdade, retirar seu apoio para as reformas econômicas exigidas pela UE para que o país cumpra com as metas de déficit fiscal.

"Se queremos sobreviver na Europa temos que aprender a atuar de mãos dadas. Os interesses dos europeus não podem mais ser separados", afirmou Schulz, que criticou os extremismos e a onda de ceticismo no continente.

O político socialista alemão frisou que a UE trouxe para a Europa o maior período de estabilidade, paz e progresso social desde a Segunda Guerra Mundial.

Apesar da celebração do Dia da Europa, apenas um terço dos 754 deputados estavam presentes no plenário da Eurocâmara, em Bruxelas.

Todos os partidos, menos os conservadores e os eurocéticos, aprovaram que a UE siga o caminho do crescimento, e alertaram para as consequencias do desinteresse político dos europeus em função da crise.

Guy Verhofstadt, presidente do grupo liberal, lamentou que os líderes europeus "realizem o Dia da Europa ao invés de se conscientizaram de seu fracasso para sair da crise".

Já o líder do partido Verde, Daniel-Cohn Bendit, advertiu que o xenofobismo ira crescer na Europa se for dito ao "povo que não há alternativas aos ajustes".

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaEuropaFrançois HollandePolíticosUnião Europeia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame