Economia

UE diz que acordo com Reino Unido só virá após acerto de dívidas

Bloco voltou a afirmar que não iniciará conversas sobre um acordo comercial pós-Brexit até que os britânicos concordem em acertar suas contas com a UE

Reino Unido quer iniciar as tratativas sobre uma futura relação comercial com a UE o mais cedo possível (Luke MacGregor/Bloomberg)

Reino Unido quer iniciar as tratativas sobre uma futura relação comercial com a UE o mais cedo possível (Luke MacGregor/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2017 às 11h03.

Bruxelas - Governos da União Europeia acertaram um plano de negociação comum para a saída do Reino Unido do bloco nesta segunda-feira e voltaram a insistir que não irão iniciar conversas sobre um acordo comercial pós-Brexit até que Londres concorde em acertar suas contas com a UE.

Ministros dos outros 27 países membros da UE se reuniram em Bruxelas para aprovar uma estratégia em comum e conceder um mandato ao Executivo do bloco --representado pelo principal negociador do Brexit, Michel Barnier-- para este iniciar as conversas em seu nome após a eleição britânica de 8 de junho.

A estratégia e o mandato foram adotados unanimemente, disseram autoridades.

Vários ministros enfatizaram que suas prioridades são proporcionar clareza legal para cidadãos da UE no Reino Unido antes que estes passem a viver fora do bloco em março de 2019 e combinar como calcular o que Londres deve a Bruxelas antes da separação.

No mês passado os líderes da UE acertaram uma estrutura de conversas em fases, segundo a qual o acordo de livre comércio que a primeira-ministra britânica, Theresa May, quer firmar com o bloco só será debatido depois que uma primeira fase de conversas fizer um "progresso significativo" em temas como os direitos dos cidadãos e o orçamento.

"Está claro que neste tema, na questão financeira, se empacarmos não chegaremos à Fase Dois, o que deveria acontecer mais tarde entre a União Europeia e o Reino Unido", disse o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn.

Seu colega holandês, Bert Koenders, disse a repórteres: "É muito britânico saber que, se você é parte de um clube e depois sai, tem que acertar suas contas".

May e seu governo conservador disseram que irão cumprir suas obrigações, mas questionam a ideia de que seu país possa ter que pagar dezenas de bilhões de euros à UE para cobrir sua parte dos compromissos financeiros existentes.

O Reino Unido quer iniciar as tratativas sobre uma futura relação comercial o mais cedo possível.

Barnier disse que a abordagem em duas etapas, mediante a qual as conversas sobre comércio poderiam começar no início do ano que vem, é necessária para evitar confusão.

Vários ministros ressaltaram a unidade entre os 27 países. Alguns, como o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, disseram que os outros países que fazem contribuições líquidas não precisam oferecer mais nada ao orçamento da UE depois que o Reino Unido se for.

O ministro alemão dos Assuntos Europeus, Michael Roth, sublinhou a necessidade de se iniciar o trabalho para conter os danos do que descreveu como uma "situação em que todos perdem" tanto para o Reino Unido quanto para a UE.

"Temos dois anos. O relógio está andando", disse Roth aos repórteres. "Temos que pôr mãos à obra".

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