Economia

UE debate papel das grandes poupanças em resgates bancários

A questão ganhou atenção depois que os ministros de Finanças da zona do euro decidiram taxar as poupanças abaixo de 100 mil euros no resgate do Chipre


	Euro: a UE quer estabelecer uma hierarquia para esclarecer quais credores podem ser submetidos a confiscos.
 (AFP/Arquivo)

Euro: a UE quer estabelecer uma hierarquia para esclarecer quais credores podem ser submetidos a confiscos. (AFP/Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2013 às 16h01.

Bruxelas - A União Europeia (UE) não alcançou nesta terça-feira um consenso sobre o papel das poupanças acima de 100 mil euros nos resgates internos dos bancos e o grau de proteção que elas devem receber, mas há "quase total" acordo sobre a necessidade de garantir plenamente os correntistas com depósitos inferiores a esse valor.

A questão ganhou atenção depois que os ministros de Finanças da zona do euro decidiram em um primeiro momento taxar as poupanças abaixo de 100 mil euros no resgate do Chipre, violando a própria norma europeia que garante essas economias, e é por isso que a UE quer estabelecer uma hierarquia para esclarecer quais credores podem ser submetidos a confiscos.

"Há quase total acordo para que as poupanças abaixo de 100 mil euro fiquem plenamente garantidas e também há um apoio considerável à preferência de correntistas" superiores, ou seja, para que estes sejam os últimos de uma hierarquia preestabelecida a sofrerem perdas nos futuros resgates internos dos bancos, disse o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, que presidiu o conselho de ministros de Economia da UE (Ecofin).

A Comissão Europeia (CE) também pensa que "a preferência dos correntistas é a solução mais adequada", assinalou seu comissário de Mercado Interno e Serviços, Michel Barnier.

"Devemos garantir que as poupanças de mais de 100 mil euros não se vejam afetadas nunca, só após todos os demais credores", acrescentou.

O ministro de Economia e Competitividade espanhol, Luis de Guindos, pediu que "todas as popupanças fiquem adequadamente protegidas" nos futuros resgates internos dos bancos, nos quais pagarão a fatura os acionistas e credores, não os contribuintes.


No entanto, Holanda, Dinamarca e Alemanha preferem relegar os correntistas com mais de 100 mil euros ao mesmo nível dos demais credores não assegurados.

Apesar disso, tanto o ministro alemão, Wolfgang Schäuble, como seu colega holandês, Jeroen Dijsselbloem, se mostraram abertos a um compromisso sobre a preferência de correntistas.

O holandês, também presidente do Eurogrupo, ressaltou que, se forem excluídas as grandes poupanças, então teria de haver um "colchão" de instrumentos financeiros alternativos nos balanços dos bancos para recorrer em caso de uma reestruturação.

A Espanha defende um enfoque que se aplique automaticamente a todos os bancos e que o instrumento do resgate interno valha a partir de 2018, como propõe a CE, e que não se antecipe para 2015, como pedem alguns países, entre eles a Alemanha, e instituições, como o Banco Central Europeu (BCE). 

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