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Indústria de frango vê alta nas exportações em 2013

Setor aposta mais no mercado externo que no interno neste ano, disse o presidente da União Brasileira de Avicultura

Carne de frango: o frango inteiro respondeu por 36 por cento das exportações no ano passado (Asif Akbar / Stock Xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2013 às 21h53.

São Paulo - Depois de um ano de retração, devido a uma alta nos custos, a indústria de carne de frango prevê a recuperação na produção e um aumento das exportações em 2013, ambos da ordem de 3 por cento, disse nesta terça-feira a associação que reúne a indústria.

A expectativa da indústria é elevar os embarques, com a abertura de novos mercados na Ásia e na África e fortalecer o desempenho do setor ao exportar produtos de maior valor agregado, com os preços mais altos podendo compensar os custos elevados do último ano.

"Neste ano, queremos melhorar a qualidade da exportação de carne de frango, com embarques de mais valor agregado", disse Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) a jornalistas.

Em 2012, os alimentos processados, que são mais caros, responderam por 5 por cento do volume total exportado no período, enquanto os cortes de frango tiveram fatia de 55 por cento, o frango inteiro 36 por cento e o salgado 5 por cento.

"Estamos apostando um pouco mais no mercado externo, do que no mercado interno", acrescentou Turra, ao vislumbrar a possibilidade de entrada em novos mercados.

Entre os novos mercados, estão Nigéria e Argélia, com a entrada de carne fresca, uma vez que estes países já importam o produto processado. A expectativa é concretizar a abertura do mercado indiano e também entrar em outros países na Ásia, como Indonésia, Malásia e Camboja.


O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com 39,7 por cento do mercado internacional, seguido por Estados Unidos (32,5 por cento) e o bloco europeu (10,9 por cento), segundo e terceiro no ranking, respectivamente.

Turra considera que os preços de insumos devem seguir firmes, ao menos no primeiro semestre deste ano, a despeito da expectativa de uma grande safra de grãos no Brasil.

"A safra brasileira ajudará a reduzir um pouco o preço (de grãos), mas só quando soubermos o resultado da safra americana, e se os estoques mundiais estão se recuperando, é que o cenário (de custo) poderá melhorar", disse o executivo. "É difícil ver um recuo nos preços de grãos aos níveis históricos".

2012 A produção de carne de frango do Brasil caiu 3,17 por cento em 2012 ante o recorde de 2011, para 12,645 milhões de toneladas, informou Ubabef.

Este foi o primeiro recuo na produção nacional de carne de frango desde 2000.

"Nós vimos empresas em dificuldade, ... as dificuldades levaram o setor a reduzir o alojamento e a produção. Não há nenhuma perspectiva de ver os preços recuando muito do milho e da soja", disse Turra.


Segundo ele, o preço do farelo de soja, saltou de 600 reais em 2010 para 1380 reais no ano passado. "O milho também subiu astronomicamente", completou.

No total, o aumento do custo de produção ao longo de 2012 foi de 40 por cento.

"Houve readequação, um realinhamento. O setor saiu da crise, mas saiu inteiro porque está muito mais enxuto para atender o mercado interno", disse Turra.

O volume de carne de frango exportada recuou 0,6 por cento, para 3,92 milhões de toneladas na comparação com o ano anterior.

Já a receita com as exportações caiu 6,7 por cento em 2012, para 7,7 bilhões de dólares, reflexo das dificuldades do setor em repassar os custos maiores que o setor enfrentou e de uma queda nos preços médios em dólar.

Em real, o faturamento do setor com as exportações aumentou mais de 1 bilhão de reais, ou 8,94 por cento, para 15 bilhões de reais, fruto da variação cambial no período.

O levantamento da Ubabef indica que o Brasil perdeu pequena fatia nas exportações globais de carne de frango, recuando para 39,7 por cento em 2012, ante os 41,4 por cento do ano anterior.


Contudo, Turra ponderou que este movimento também foi visto nos EUA, principal concorrente do Brasil. Ao mesmo tempo, ganharam mais espaço Argentina e Tailândia, países com fatia ainda muito baixa, de 2 e 5 por cento, respectivamente.

No mercado interno, o consumo de frango recuou para 45 kg per capita em 2012, contra os cerca de 47 kg per capita do ano anterior, por conta do aumento dos preços em meio ao aumento do custo de produção.

DESAFIOS

O presidente da Ubabef ponderou que o setor vê desafios para este ano.

"Vamos brigar este ano para conseguir a monetização dos créditos acumulados", disse Turra referindo-se aos créditos de ICMS e PIS/Cofins pagos sobre os produtos destinado às exportações, cujo estoque é estimado em 1 bilhão de reais.

Segundo ele, a ideia é propor ao governo que os recursos sejam utilizados em investimentos na produção.

A Ubabef também está finalizando um estudo sobre a percepção da marca do frango brasileiro no mundo e no próprio país.


"O estudo está pronto e será validado em reunião com os associados", disse Ricardo Santin, diretor de mercados da Ubabef.

Com a avaliação em mãos, a indústria planeja ter um selo "Brazilian chicken" para indicar qualidade do produto brasileiro, tanto para o mercado externo como o interno.

Santin, que viajou por países asiáticos recentemente, ressaltou que o produto brasileiro já é considerado de alta qualidade e o país é "visto com grande importância na questão da segurança alimentar".

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São Paulo - Depois de um ano de retração, devido a uma alta nos custos, a indústria de carne de frango prevê a recuperação na produção e um aumento das exportações em 2013, ambos da ordem de 3 por cento, disse nesta terça-feira a associação que reúne a indústria.

A expectativa da indústria é elevar os embarques, com a abertura de novos mercados na Ásia e na África e fortalecer o desempenho do setor ao exportar produtos de maior valor agregado, com os preços mais altos podendo compensar os custos elevados do último ano.

"Neste ano, queremos melhorar a qualidade da exportação de carne de frango, com embarques de mais valor agregado", disse Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) a jornalistas.

Em 2012, os alimentos processados, que são mais caros, responderam por 5 por cento do volume total exportado no período, enquanto os cortes de frango tiveram fatia de 55 por cento, o frango inteiro 36 por cento e o salgado 5 por cento.

"Estamos apostando um pouco mais no mercado externo, do que no mercado interno", acrescentou Turra, ao vislumbrar a possibilidade de entrada em novos mercados.

Entre os novos mercados, estão Nigéria e Argélia, com a entrada de carne fresca, uma vez que estes países já importam o produto processado. A expectativa é concretizar a abertura do mercado indiano e também entrar em outros países na Ásia, como Indonésia, Malásia e Camboja.


O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com 39,7 por cento do mercado internacional, seguido por Estados Unidos (32,5 por cento) e o bloco europeu (10,9 por cento), segundo e terceiro no ranking, respectivamente.

Turra considera que os preços de insumos devem seguir firmes, ao menos no primeiro semestre deste ano, a despeito da expectativa de uma grande safra de grãos no Brasil.

"A safra brasileira ajudará a reduzir um pouco o preço (de grãos), mas só quando soubermos o resultado da safra americana, e se os estoques mundiais estão se recuperando, é que o cenário (de custo) poderá melhorar", disse o executivo. "É difícil ver um recuo nos preços de grãos aos níveis históricos".

2012 A produção de carne de frango do Brasil caiu 3,17 por cento em 2012 ante o recorde de 2011, para 12,645 milhões de toneladas, informou Ubabef.

Este foi o primeiro recuo na produção nacional de carne de frango desde 2000.

"Nós vimos empresas em dificuldade, ... as dificuldades levaram o setor a reduzir o alojamento e a produção. Não há nenhuma perspectiva de ver os preços recuando muito do milho e da soja", disse Turra.


Segundo ele, o preço do farelo de soja, saltou de 600 reais em 2010 para 1380 reais no ano passado. "O milho também subiu astronomicamente", completou.

No total, o aumento do custo de produção ao longo de 2012 foi de 40 por cento.

"Houve readequação, um realinhamento. O setor saiu da crise, mas saiu inteiro porque está muito mais enxuto para atender o mercado interno", disse Turra.

O volume de carne de frango exportada recuou 0,6 por cento, para 3,92 milhões de toneladas na comparação com o ano anterior.

Já a receita com as exportações caiu 6,7 por cento em 2012, para 7,7 bilhões de dólares, reflexo das dificuldades do setor em repassar os custos maiores que o setor enfrentou e de uma queda nos preços médios em dólar.

Em real, o faturamento do setor com as exportações aumentou mais de 1 bilhão de reais, ou 8,94 por cento, para 15 bilhões de reais, fruto da variação cambial no período.

O levantamento da Ubabef indica que o Brasil perdeu pequena fatia nas exportações globais de carne de frango, recuando para 39,7 por cento em 2012, ante os 41,4 por cento do ano anterior.


Contudo, Turra ponderou que este movimento também foi visto nos EUA, principal concorrente do Brasil. Ao mesmo tempo, ganharam mais espaço Argentina e Tailândia, países com fatia ainda muito baixa, de 2 e 5 por cento, respectivamente.

No mercado interno, o consumo de frango recuou para 45 kg per capita em 2012, contra os cerca de 47 kg per capita do ano anterior, por conta do aumento dos preços em meio ao aumento do custo de produção.

DESAFIOS

O presidente da Ubabef ponderou que o setor vê desafios para este ano.

"Vamos brigar este ano para conseguir a monetização dos créditos acumulados", disse Turra referindo-se aos créditos de ICMS e PIS/Cofins pagos sobre os produtos destinado às exportações, cujo estoque é estimado em 1 bilhão de reais.

Segundo ele, a ideia é propor ao governo que os recursos sejam utilizados em investimentos na produção.

A Ubabef também está finalizando um estudo sobre a percepção da marca do frango brasileiro no mundo e no próprio país.


"O estudo está pronto e será validado em reunião com os associados", disse Ricardo Santin, diretor de mercados da Ubabef.

Com a avaliação em mãos, a indústria planeja ter um selo "Brazilian chicken" para indicar qualidade do produto brasileiro, tanto para o mercado externo como o interno.

Santin, que viajou por países asiáticos recentemente, ressaltou que o produto brasileiro já é considerado de alta qualidade e o país é "visto com grande importância na questão da segurança alimentar".

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