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Tropas aliadas terão de enfrentar elite de Saddam para entrar em Bagdá

Depois de cruzar o rio Eufrates, tropas americanas e britânicas terão de enfrentar cordão especial de isolamento para atingir a capital iraquiana

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

Tropas americanas tentam entrar em Bagdá nesta terça-feira (25/3), após cruzar o rio Eufrates, sob o fogo dos soltados iraquianos e uma forte tempestade de areia que atinge a capital do Iraque. Os soldados da Sétima Cavalaria americana tentam romper a chamada linha vermelha, formada pelas tropas de elite do ditador Saddam Hussein, após a batalha na cidade de Nassiriah (sul do Iraque), quando conseguiram cruzar o rio.

Este é o sexto dia da guerra contra o Iraque e desde sábado os americanos tentavam capturar duas importantes pontes sobre o rio Eufrates na cidade, a caminho para Bagdá. Depois da batalha, um comboio dos fuzileiros atravessou o rio Eufrates e o canal Saddam em Nassiriah.

O Pentágono disse ontem que forças dos EUA, que avançaram mais de 320 quilômetros dentro do Iraque, estão começando a enfrentar uma divisão da Guarda Republicana enviada para defender a cidade.

Nesta terça-feira, três fortes explosões abalaram o centro de Bagdá. Moradores correram para fugir das ruas e carros saíram da área antes de um grande ataque aéreo. Mais dois ataques aéreos atingiram áreas ao redor de Bagdá, enquanto a capital iraquiana enfrentava uma tempestade de areia.

Enquanto os americanos afirmam que as invasões estão ocorrendo dentro do previsto, o Iraque divulgou um comunicado dizendo que "o sonho de uma guerra rápida e fácil começou a evaporar". "Os americanos decepcionados e seus seguidores ingleses e agentes estão diante da boca do fogo, sem redenção", afirma o comunicado.

A previsão foi confirmada pelo embaixador iraquiano na ONU, Mohammed Aldouri. Em entrevista à rede de TV americana CNN, Aldouri disse acreditar que a guerra em seu país "pode durar anos". Ele acusou os Estados Unidos de atacarem áreas residenciais, inclusive na região rural do Iraque. "Os americanos estão matando o povo iraquiano", afirmou Aldouri. "Isso é uma violação da lei humanitária internacional." "Estamos respeitando todas nossas obrigações de acordo com os tratados internacionais, especialmente a convenção de Genebra", disse. "Isso é parte de nossa vida, de nossa religião, de nossos princípios", afirmou ele.

A rede de TV americana CBS afirmou na noite de segunda-feira (24/3) que, caso as tropas da coalisão passarem o cordão de isolamento (chamado de linha vermelha) e entrarem em Bagdá, Saddam Hussein vai liberar o uso de armas químicas, que o país nega ter. Uma autoridade do Pentágono declarou que a ameaça de um ataque químico já foi analisada. "É certo que quanto mais perto estivermos de Bagdá, maior será o risco para ele (Saddam Hussein) e o nosso risco também aumentará, mas estamos preparados". Essa mesma informação foi também passada por Colin Powell, secretário de Estado americano, ao canal FOX.

ONU e Bush

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu urgência no fornecimento de água em Bassora. "Devem ser tomadas medidas urgentes", disse. "Uma cidade deste tamanho não pode ficar sem eletricidade ou água por muito tempo", disse Annan. Países árabes pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. Os EUA prometeram entregar ajuda em alguns dias.

Os militares americanos admitiram terem perdido um helicóptero e a TV iraquiana mostrou dois homens que seriam os pilotos. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou nesta terça-feira ter identificado sete fuzileiros navais americanos mortos em combates no sul do Iraque. Eles morreram em Nassiriya, no domingo (23/4), aumentando para 18 o total de baixas americanas na guerra.

O Reino Unido anunciou que mais dois soldados de suas forças morreram em combate no sul do Iraque. Com isso, o número de baixas das forças britânicas chega 20, desde o início da guerra.

Custo

O presidente americano, George W. Bush, pediu ao Congresso 75 bilhões de dólares em financiamento emergencial para a campanha militar no Iraque e para compensar aliados. Leia a seguir o que dificulta e encarece um ataque mais agressivo ao Iraque, segundo a consultoria Stratfor:

  • As áreas de infra-estrutura não está sendo atacada porque os Estados Unidos acreditam que a guerra acabará rapidamente e isso encareceria os custos de reconstrução.
  • Os Estados Unidos temem atacar prédios de empresas prestadoras de serviço temendo atingir civis.
  • Os americanos também evitam estragar a infra-estrutura porque, com uma eventual tomada de Bagdá, eles precisariam da estrutura da cidade para facilitar o gerenciamento da guerra.
  • Além disso, a infra-estrutura da cidade está extremamente protegida.
  • Acompanhe tudo sobre:[]

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