Bomba de combustível de diesel (Mark Renders/Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 16h54.
São Paulo - O aumento de preço do óleo diesel dificilmente será repassado para os preços dos fretes rodoviários, pressionando as margens de empresas de transporte e caminhoneiros, disseram nesta quarta-feira representantes do setor.
A Petrobras anunciou na noite de terça-feira aumento de 6 por cento nos preços da gasolina e de 4 por cento no diesel nas refinarias a partir desta quarta.
"A gente vive um momento de grande oferta de veículos. Os contratantes acabam não ajustando a tarifa, independente de qualquer aumento de custo", disse o diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso (ATC), Miguel Mendes.
De maneira geral, o setor de transporte rodoviário enfrenta dificuldades devido à desaceleração da atividade econômica, com menor volume de carga transportado, e à grande oferta de caminhões, após vários anos de crédito facilitado que incentivou aquisições.
No caso dos fretes de produtos agrícolas, que têm sido bastante demandados após safras recordes de soja e milho nos últimos meses, a oferta de caminhões que se deslocam de outros setores também pressiona os valores do transporte.
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) avalia que, se a totalidade dos 4 por cento de aumento do diesel na refinaria for repassado aos preços nas bombas, o reajuste representará uma elevação de 1,3 por cento nos custos operacionais totais do veículo, no caso de um caminhão de sete eixos, em uma viagem de 800 quilômetros.
No caso de viagens mais longas, o aumento de custo será maior, acrescentou.
"Na medida que o percurso aumenta, o veículo roda mais e maior é o peso do diesel. Este não é um momento muito propício (para um aumento de combustíveis. Quem deixar de repassar o custo para o preço do frete, vai aumentar seu prejuízo", disse o diretor técnico da NTC, Neuto Gonçalves dos Reis.
Em agosto, a entidade divulgou levantamento apontando que os fretes praticados atualmente estão 10,14 por cento abaixo dos custos efetivos das transportadoras.