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Tombini diz que reservas protegem Brasil de crises

Avaliação é do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que anunciou hoje que, apenas em reservas internacionais, o país detém US$ 374,7 bilhões

Tombini: "um processo de consolidação de receitas e despesas perseguido de forma consistente, com determinação, certamente ajudará no nosso objetivo de levar a inflação no Brasil para o centro da meta" (Joedson Alves/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 13h39.

Brasília - Mesmo com a crise que abala os mercados internacionais, o Brasil atravessa bom momento de acertos na economia , com política monetária atuante e um colchão de reservas que oferece proteção “como um todo”.

A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que anunciou hoje (17) que, apenas em reservas internacionais, o país detém US$ 374,7 bilhões.

“Temos a expectativa de consolidação na área fiscal. Tenho dito que, do ponto de vista do BC, as políticas monetária e fiscal são independentes, ainda que haja complementaridade entre elas. Acho que um processo de consolidação de receitas e despesas perseguido de forma consistente, com determinação, certamente ajudará no nosso objetivo de levar a inflação no Brasil para o centro da meta de 4,5%”, destacou.

Tombini garantiu que o governo brasileiro se preparou “um pouco mais” para enfrentar o momento de turbulências no mercado internacional, principalmente com os problemas da Rússia, que tem a economia muito associada ao mercado de petróleo.

“O preço do petróleo passou para um patamar abaixo de US$ 60 [barril], e a Rússia sofreu impactos disso e de outras questões. Gerou-se um processo que afetou o preço dos ativos dos emergentes, com uma reprecificação”, exemplificou.

Tombini acredita que, no caso do Brasil, que também é emergente e importador de petróleo, o preço do barril, entre US$ 50 e US$ 60, poderá trazer benefícios para o país, do “ponto de vista da balança comercial e da inflação”, com a possibilidade de US$ 5 a US$ 10 bilhões em economia. “Para não dizer que só há desafio, há aspectos favoráveis nesse processo”, frisou.

O presidente do BC lembrou que, no ano passado, efeito semelhante ocorreu, quando houve turbulência no mercado internacional e ativos, como o dólar, foram elevados, após o Banco Central americano passar a comprar mensalmente US$ 85 bilhões em títulos do Tesouro, como forma de reduzir as intervernções no mercado financeiro adotadas com a crise global.

Na avaliação de Tombini, os efeitos dos problemas atuais na economia do planeta devem levar países com políticas econômicas mais sólidas e “colchões” [reservas] a uma maior capacidade de se protegerem durante os momentos de instabilidade.

O fato que tem abalado a economia global nas últimas horas é a decisão da Rússia de proteger sua moeda, o rublo, ante o dólar, elevando a taxa de juros do país, que só ontem (16) passou de 10,5% para 17% ao ano. A situação tem levado nervosismo e ansiedade ao mercado financeiro, preocupado com uma possível recessão russa.

Hoje, as atenções também estão voltadas para os Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed) deve anunciar mais uma mudança na política monetária. O país tem retirado incentivos destinados ao enfrentamento da crise global, inciada em 2008.

Tal medida poderá sinalizar o mercado daquele país como mais interessante para os investidores e estimular a migração de ativos dos países emergentes para os Estados Unidos, com impacto no valor do dólar, que poderá ter novo aumento.

O presidente do BC acredita que há interesse dos americanos em não causar “um abalo nas demais economias". “Vimos isso durante o início da expectativa de tapering [redução dos estímulos à economia americana]. Entre maio e agosto de 2013, ocorreu um período de volatilidade, mas houve preocupação com o impacto nas demais economias”, afirmou.

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Brasília - Mesmo com a crise que abala os mercados internacionais, o Brasil atravessa bom momento de acertos na economia , com política monetária atuante e um colchão de reservas que oferece proteção “como um todo”.

A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que anunciou hoje (17) que, apenas em reservas internacionais, o país detém US$ 374,7 bilhões.

“Temos a expectativa de consolidação na área fiscal. Tenho dito que, do ponto de vista do BC, as políticas monetária e fiscal são independentes, ainda que haja complementaridade entre elas. Acho que um processo de consolidação de receitas e despesas perseguido de forma consistente, com determinação, certamente ajudará no nosso objetivo de levar a inflação no Brasil para o centro da meta de 4,5%”, destacou.

Tombini garantiu que o governo brasileiro se preparou “um pouco mais” para enfrentar o momento de turbulências no mercado internacional, principalmente com os problemas da Rússia, que tem a economia muito associada ao mercado de petróleo.

“O preço do petróleo passou para um patamar abaixo de US$ 60 [barril], e a Rússia sofreu impactos disso e de outras questões. Gerou-se um processo que afetou o preço dos ativos dos emergentes, com uma reprecificação”, exemplificou.

Tombini acredita que, no caso do Brasil, que também é emergente e importador de petróleo, o preço do barril, entre US$ 50 e US$ 60, poderá trazer benefícios para o país, do “ponto de vista da balança comercial e da inflação”, com a possibilidade de US$ 5 a US$ 10 bilhões em economia. “Para não dizer que só há desafio, há aspectos favoráveis nesse processo”, frisou.

O presidente do BC lembrou que, no ano passado, efeito semelhante ocorreu, quando houve turbulência no mercado internacional e ativos, como o dólar, foram elevados, após o Banco Central americano passar a comprar mensalmente US$ 85 bilhões em títulos do Tesouro, como forma de reduzir as intervernções no mercado financeiro adotadas com a crise global.

Na avaliação de Tombini, os efeitos dos problemas atuais na economia do planeta devem levar países com políticas econômicas mais sólidas e “colchões” [reservas] a uma maior capacidade de se protegerem durante os momentos de instabilidade.

O fato que tem abalado a economia global nas últimas horas é a decisão da Rússia de proteger sua moeda, o rublo, ante o dólar, elevando a taxa de juros do país, que só ontem (16) passou de 10,5% para 17% ao ano. A situação tem levado nervosismo e ansiedade ao mercado financeiro, preocupado com uma possível recessão russa.

Hoje, as atenções também estão voltadas para os Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed) deve anunciar mais uma mudança na política monetária. O país tem retirado incentivos destinados ao enfrentamento da crise global, inciada em 2008.

Tal medida poderá sinalizar o mercado daquele país como mais interessante para os investidores e estimular a migração de ativos dos países emergentes para os Estados Unidos, com impacto no valor do dólar, que poderá ter novo aumento.

O presidente do BC acredita que há interesse dos americanos em não causar “um abalo nas demais economias". “Vimos isso durante o início da expectativa de tapering [redução dos estímulos à economia americana]. Entre maio e agosto de 2013, ocorreu um período de volatilidade, mas houve preocupação com o impacto nas demais economias”, afirmou.

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