Economia

Tomate está em alta nos supermercados e redes sociais

Fruto liderou o ranking de pressões de alta do indicador na capital paulista. O preço do item subiu 18,25%, praticamente o dobro da alta de fevereiro, de 9,25%

Tomate: tradicional cantina paulistana Nello's anunciou no Facebook que passaria a banir o item do cardápio enquanto os preços não voltarem ao normal. (Joe Raedle/Getty Images)

Tomate: tradicional cantina paulistana Nello's anunciou no Facebook que passaria a banir o item do cardápio enquanto os preços não voltarem ao normal. (Joe Raedle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 22h09.

São Paulo - O ladrão anuncia o assalto: "Passa o tomate!" Para proteger o bem maior, a vítima tenta convencer o agressor: "Não quer levar a carteira e deixar o tomate?" Este diálogo faz parte da charge que tem circulado nos últimos dias nas redes sociais. Se toda a brincadeira tem um fundo de verdade, esse caso não foge à regra. O tomate tem sido o vilão da inflação há um bom tempo nos indicadores de preços ao consumidor.

Embora tradicionalmente apresente fortes oscilações, desde o fim de 2012 o produto tem se mantido em níveis altos e a questão ganhou proporção maior após a tradicional cantina paulistana Nello's anunciar no Facebook que passaria a banir o item do cardápio enquanto os preços não voltarem ao normal.

No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de março, por exemplo, o fruto liderou o ranking de pressões de alta do indicador na capital paulista. O preço do item subiu 18,25%, praticamente o dobro da alta de fevereiro, de 9,25%. No acumulado do primeiro trimestre, o tomate apresentou elevação de 70,9% e nos últimos 12 meses encerrados em março uma alta impressionante de 104,11%.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) explicou em nota sobre a variação de 3,73% do índice de preços de março que "condições climáticas adversas nas regiões produtoras, como excesso de chuvas e altas temperaturas, além de problemas sazonais em algumas culturas, voltaram a interferir negativamente na qualidade e volume ofertado, principalmente nos setores de legumes e diversos". Dentro do setor de diversos, lá está ele: o tomate avançou 19,2% e figurou entre as principais altas do índice geral.

Por enquanto, não há previsão de recuo nos preços. Enquanto alguns alegam que a saída é torcer para o outono trazer menos chuvas, outros assinalam que uma ambição menor dos comerciantes poderia ajudar. Enquanto isso, as piadas se proliferam. No Twitter, por exemplo, internautas já se perguntam quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai anunciar o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o tomate.

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