Economia

Títulos sustentáveis crescem entre ofertas da B3

Créditos são alternativa para incentivar o combate à mudança climática por meio de investimentos

Títulos sustentáveis: desde 2018, a B3 oferece produtos relacionados a ESG (Adam Gault/Getty Images)

Títulos sustentáveis: desde 2018, a B3 oferece produtos relacionados a ESG (Adam Gault/Getty Images)

O Brasil se tornou um destino interessante para investidores que buscam oportunidades dentro da famosa sigla ESG, que representa as áreas ambiental, social e de governança.

Desde 2018, a B3 proporciona a negociação desses títulos, divididos entre verdes, sociais, sustentáveis e vinculados à sustentabilidade. A primeira emissão desse tipo de título ocorreu em 2008, e é considerada um marco na aliança entre sustentabilidade e rentabilidade.

Há um reconhecimento crescente em meio ao mercado de que investir na sustentabilidade pode ser um bom negócio. Em resposta a essa demanda, ao longo dos últimos anos, foram criados instrumentos financeiros cuja função é facilitar a captação de recursos direcionados à economia verde.

Os títulos verdes, sociais e sustentáveis, servem como instrumentos de dívida emitidos por empresas, governos ou entidades e que são comercializados no mercado como forma de atrair investimentos para projetos que tenham como objetivo as práticas ligadas à sustentabilidade.

Assim, exemplos de títulos verdes seriam aqueles ligados à adaptação às mudanças climáticas ou ao controle da poluição, enquanto os sociais podem ser relacionados à geração de empregos ou à construção de habitações acessíveis.

Já os títulos vinculados à sustentabilidade, que também funcionam como instrumentos de dívida, são definidos pela B3 como aqueles que têm por objetivo final fazer com que seu emissor atinja metas ligadas ao ESG e calibradas a partir de indicadores-chave.

De acordo com o sucesso ou não desses compromissos, as características financeiras e estruturais do título podem ser alteradas. Dessa forma, pode-se adotar como indicador a energia renovável, e, como meta, o estabelecimento de 100% de energia elétrica renovável até 2025, por exemplo.

A popularização desses títulos é cada vez mais evidente. Em 2020, a negociação desse tipo de papel gerou 5,3 bilhões de reais na B3, sob a forma de 18 emissões realizadas por 12 empresas diferentes. No cenário global, a venda de títulos verdes ultrapassou os 263 bilhões de dólares no ano de 2019.

Como modo de incentivar a emissão desses títulos, a B3 promove debates acerca do tema. Além disso, a bolsa apoia a Plataforma de Transparência de Títulos Verdes para América Latina e Caribe, projeto piloto do Banco Internacional de Desenvolvimento cujo objetivo é aumentar a visibilidade desses créditos e atrair ainda mais investidores.

Para Knut N. Kjær, administrador do Fundo Estatal de Pensões da Noruega, a mudança climática é "resultado da maior falha do mercado que o mundo já presenciou". Por isso, afirma, os investidores devem manter em mente o longo prazo.

Agora, está nas mãos dos governos e empresas reverter o erro cometido e, por meio dos investimentos e dos negócios, combater o aquecimento global.

Acompanhe tudo sobre:B3JBSNetZero

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor