Economia

TIJOLOS E CIMENTO

São Paulo vai seguir o caminho de Nova York?

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h41.

"Criar novas idéias e produzir tecnologia é o que as cidades sabem fazer melhor. Nos Estados Unidos, 96% das inovações ocorrem em áreas metropolitanas. Uma aglomeração de pessoas inteligentes leva ao surgimento de novas idéias, o que cria as condições necessárias para o desenvolvimento intelectual e para a inovação tecnológica em áreas como serviços, consumo, finanças, medicina. São os segmentos em que as cidades mais se destacaram, e São Paulo também terá sucesso neles nos próximos 20 a 50 anos. Esse é claramente o caminho que a metrópole deve seguir. Ela não deve olhar para trás, para seu passado industrial, mas para um futuro de idéias e serviços.

Podemos dizer que geralmente há duas visões em relação à política urbana. Uma foca essencialmente a questão da redistribuição de renda, primeiramente beneficiando os pobres, mas muitas vezes também os vários grupos que dividem o poder. São cidades cuja maior preocupação é consertar a desigualdade entre as classes e as pessoas. Isso acontece nos Estados Unidos, no Brasil e em vários outros países. Há uma segunda opção. É a política urbana de 'tijolos e cimento', que busca a segurança nas ruas, pouco trânsito, água limpa, energia, boas universidades. Essas são as características que a classe média procura nos lugares em que escolhe viver. É claro que seria ótimo se o problema da desigualdade social pudesse ser resolvido. A questão é que geralmente as cidades são péssimas nisso. A redistribuição da renda no âmbito urbano, na tentativa de tornar a cidade um paraíso social, faz as empresas irem embora. Os ricos vão embora e o que sobra é um aglomerado de pobres, o que não traz benefício a ninguém.

Nos últimos 50 anos, a ameaça do êxodo das empresas e das pessoas forçou as cidades americanas a adotar políticas de 'tijolos e cimento'. A regeneração de Nova York nos últimos 20 anos aconteceu graças ao sucesso da área financeira da cidade e também a uma mudança na política urbana. A cidade evoluiu de prefeitos como John Lindsay, focados em políticas redistributivas, para outros como Rudolph Giuliani, preocupado em manter as ruas seguras e o bom nível das escolas. Giuliani percebeu que uma cidade com elevada taxa de criminalidade perde dinheiro, porque perde gente. O crime custa caro. As cidades que adotaram esse enfoque são as que atraíram empresas e que sempre atrairão o capital humano."

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