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Tendências e Brasil Plural elevam IPCA para abril

De acordo com o economista e sócio da consultoria Tendências, a inflação está elevada e mostrou deterioração em março ante fevereiro

Consumidora pesquisa preços de carnes: banco Brasil Plural alterou para cima sua projeção para o IPCA em abril, de 0,74% para uma marca perto de 0,80% (Elza Fiúza/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2014 às 15h35.

São Paulo - A inflação alta e generalizada no primeiro trimestre de 2014, que subiu 2,18% ante 1,94% no mesmo período de 2013, levou a consultoria Tendências a elevar sua projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ) no ano de 6% para um intervalo entre 6,3% e 6,4%, comentou ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, o economista e sócio da empresa, Juan Jensen. Em março, o indicador avançou 0,92%, acima do 0,83% estimado por ele.

"A alta do IPCA do mês passado, muito puxada por alimentos e transportes, colocou um viés de alta para nossa projeção para o índice em abril, que é de 0,63%", destacou.

De acordo com Jensen, a inflação está elevada e mostrou deterioração em março ante fevereiro. O índice de difusão avançou de 64,61% para 71,05% no período e o núcleo MS subiu de 0,51% para 0,59%.

"Apesar da redução da média dos núcleos de 0,67% para 0,58%, essa marca anualizada mostra que este indicador está numa velocidade de 7,2%", disse.

Apesar do cenário pouco favorável para a inflação no curto prazo, que para Jensen deve estourar o teto da meta de 6,5% em junho ou julho, no acumulado em 12 meses o economista ressalta que o cenário mais provável é o Banco Central encerrar o ciclo de alta de juros iniciado em abril de 2013 com mais uma elevação de 0,25 ponto porcentual no dia 28 de maio.

"O BC tem vontade de parar o movimento de elevação da Selic porque ele já fez uma elevação grande de 3,75 pontos porcentuais no período e deseja observar os efeitos desta ação na inflação", disse.

Se a política fiscal "não colabora com a atuação do Banco Central", o câmbio é um elemento que "joga a favor" para conter o avanço do IPCA. Segundo ele, levando em consideração uma cotação de R$ 2,20 estável até o final do ano, abaixo dos R$ 2,35 considerado no cenário de referência no relatório de inflação de março, isso retiraria 0,3 ponto porcentual do IPCA.

"Isso é daria um fôlego para conter a alta dos preços", destacou. Esse cenário estima que a inflação fechará o ano em 6,1%. "Resta saber se a cotação do dólar ante o real vai continuar dando essa mão no decorrer do ano", disse.


Brasil Plural

O banco Brasil Plural também alterou para cima sua projeção para o indicador em abril, de 0,74% para uma marca perto de 0,80%, segu do a economista Priscilla Burity.

"Neste mês, os preços de alimentos ainda estarão fortes em função do verão muito seco, o que afeta vários produtos, como hortaliças, carnes e tubérculos", comentou.

"Além disso, deve haver aumento de remédios, com pressão de alta de vestuário, mais uma colaboração na elevação do IPCA por conta do reajuste de energia da Cemig", ponderou.

Apesar da alteração da estimativa para o IPCA de abril, Priscilla mantém a projeção de alta de 6,4% para o ano. "A alta dos alimentos é passageira, pois a elevação motivada por fatores climáticos será devolvida em maio e junho", destacou.

No entanto, a inflação deve apresentar um patamar elevado nos próximos meses, quando deve estourar o teto da meta de 6,5% em julho ou agosto, no acumulado em 12 meses.

"Daí até novembro a inflação ficará acima do teto, nesta base de comparação", destacou. Segundo ela, o pico do IPCA no ano será atingido no penúltimo mês do ano, quando deve registrar um número entre 6,70% e 6,80%.

De acordo com a economista, de fevereiro para março a média dos núcleos do IPCA baixou de 0,67% para 0,61%, mas ocorreu uma elevação do indicador MS, de 0,51% para 0,59%. Outro sinal de que a inflação está bem disseminada na economia é a alta do índice de difusão de 64% para 71%.

Na avaliação de Priscilla Burity, a força atual do IPCA não deverá levar o IPCA a prolongar o ciclo de elevação da Selic além de maio. No próximo mês, ela acredita que o Copom deverá adotar uma última alta de 0,25 ponto porcentual dos juros e para esse movimento, especialmente por causa da magnitude da elevação da taxa, que já avançou de 7,25% para 11%, desde abril de 2013.

"O BC deverá observar os efeitos defasados e cumulativos da alta dos juros sobre a inflação", destacou.

Para a economista, o fortalecimento do real ante o dólar é um fator favorável para o controle a inflação. O banco Brasil Plural estima que o câmbio deverá fechar o ano em R$ 2,50.

Como esse preço relativo atingiu a média de R$ 2,36 no primeiro trimestre deste ano e considerando a hipótese de encerrar 2014 na marca atual de R$ 2,20, ela acredita que isso poderá retirar do IPCA 0,40 ponto porcentual num horizonte de 12 meses, de agora até abril de 2015.

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São Paulo - A inflação alta e generalizada no primeiro trimestre de 2014, que subiu 2,18% ante 1,94% no mesmo período de 2013, levou a consultoria Tendências a elevar sua projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ) no ano de 6% para um intervalo entre 6,3% e 6,4%, comentou ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, o economista e sócio da empresa, Juan Jensen. Em março, o indicador avançou 0,92%, acima do 0,83% estimado por ele.

"A alta do IPCA do mês passado, muito puxada por alimentos e transportes, colocou um viés de alta para nossa projeção para o índice em abril, que é de 0,63%", destacou.

De acordo com Jensen, a inflação está elevada e mostrou deterioração em março ante fevereiro. O índice de difusão avançou de 64,61% para 71,05% no período e o núcleo MS subiu de 0,51% para 0,59%.

"Apesar da redução da média dos núcleos de 0,67% para 0,58%, essa marca anualizada mostra que este indicador está numa velocidade de 7,2%", disse.

Apesar do cenário pouco favorável para a inflação no curto prazo, que para Jensen deve estourar o teto da meta de 6,5% em junho ou julho, no acumulado em 12 meses o economista ressalta que o cenário mais provável é o Banco Central encerrar o ciclo de alta de juros iniciado em abril de 2013 com mais uma elevação de 0,25 ponto porcentual no dia 28 de maio.

"O BC tem vontade de parar o movimento de elevação da Selic porque ele já fez uma elevação grande de 3,75 pontos porcentuais no período e deseja observar os efeitos desta ação na inflação", disse.

Se a política fiscal "não colabora com a atuação do Banco Central", o câmbio é um elemento que "joga a favor" para conter o avanço do IPCA. Segundo ele, levando em consideração uma cotação de R$ 2,20 estável até o final do ano, abaixo dos R$ 2,35 considerado no cenário de referência no relatório de inflação de março, isso retiraria 0,3 ponto porcentual do IPCA.

"Isso é daria um fôlego para conter a alta dos preços", destacou. Esse cenário estima que a inflação fechará o ano em 6,1%. "Resta saber se a cotação do dólar ante o real vai continuar dando essa mão no decorrer do ano", disse.


Brasil Plural

O banco Brasil Plural também alterou para cima sua projeção para o indicador em abril, de 0,74% para uma marca perto de 0,80%, segu do a economista Priscilla Burity.

"Neste mês, os preços de alimentos ainda estarão fortes em função do verão muito seco, o que afeta vários produtos, como hortaliças, carnes e tubérculos", comentou.

"Além disso, deve haver aumento de remédios, com pressão de alta de vestuário, mais uma colaboração na elevação do IPCA por conta do reajuste de energia da Cemig", ponderou.

Apesar da alteração da estimativa para o IPCA de abril, Priscilla mantém a projeção de alta de 6,4% para o ano. "A alta dos alimentos é passageira, pois a elevação motivada por fatores climáticos será devolvida em maio e junho", destacou.

No entanto, a inflação deve apresentar um patamar elevado nos próximos meses, quando deve estourar o teto da meta de 6,5% em julho ou agosto, no acumulado em 12 meses.

"Daí até novembro a inflação ficará acima do teto, nesta base de comparação", destacou. Segundo ela, o pico do IPCA no ano será atingido no penúltimo mês do ano, quando deve registrar um número entre 6,70% e 6,80%.

De acordo com a economista, de fevereiro para março a média dos núcleos do IPCA baixou de 0,67% para 0,61%, mas ocorreu uma elevação do indicador MS, de 0,51% para 0,59%. Outro sinal de que a inflação está bem disseminada na economia é a alta do índice de difusão de 64% para 71%.

Na avaliação de Priscilla Burity, a força atual do IPCA não deverá levar o IPCA a prolongar o ciclo de elevação da Selic além de maio. No próximo mês, ela acredita que o Copom deverá adotar uma última alta de 0,25 ponto porcentual dos juros e para esse movimento, especialmente por causa da magnitude da elevação da taxa, que já avançou de 7,25% para 11%, desde abril de 2013.

"O BC deverá observar os efeitos defasados e cumulativos da alta dos juros sobre a inflação", destacou.

Para a economista, o fortalecimento do real ante o dólar é um fator favorável para o controle a inflação. O banco Brasil Plural estima que o câmbio deverá fechar o ano em R$ 2,50.

Como esse preço relativo atingiu a média de R$ 2,36 no primeiro trimestre deste ano e considerando a hipótese de encerrar 2014 na marca atual de R$ 2,20, ela acredita que isso poderá retirar do IPCA 0,40 ponto porcentual num horizonte de 12 meses, de agora até abril de 2015.

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