Economia

Temor com rumo do ajuste fiscal volta a crescer

Efeito Delcídio: o governo não conseguiu que fosse votado ontem o projeto que altera a meta fiscal de 2015


	Efeito Delcídio: o governo não conseguiu que fosse votado ontem o projeto que altera a meta fiscal de 2015
 (Bloomberg)

Efeito Delcídio: o governo não conseguiu que fosse votado ontem o projeto que altera a meta fiscal de 2015 (Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 09h32.

Brasília - A prisão na quarta-feira, 25, do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (MS), provocou abalo imediato no ajuste fiscal e colocou a equipe econômica em estado de alerta, aumentando a apreensão em relação à velocidade de retomada do crescimento da economia.

Sob impacto da prisão do senador - responsável por ter ajudado a melhorar a relação do governo da presidente Dilma Rousseff com o Senado -, o governo não conseguiu que fosse votado ontem pelo Congresso o projeto que altera a meta fiscal de 2015 - uma das mais importantes batalhas do ano - para um déficit primário.

O adiamento traz riscos legais para o governo. A presidente ficou diante de um problema dramático, cuja definição pode provocar ainda mais embaraços para seu governo até o fim do ano com o Tribunal de Contas da União (TCU).

Ao adiar para o dia 3 de dezembro a sessão do Congresso prevista para ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou Dilma diante de uma escolha difícil. Ela tem até o dia 30 para o editar o próximo decreto de programação orçamentária - ainda sem a nova meta fiscal aprovada.

A escolha de Dilma será entre uma posição que pode "paralisar completamente" o governo, aplicando um duro corte de despesas federais, ou entre repetir uma manobra que já foi considerada ilegal pelos ministros do TCU, baseando o decreto na premissa da nova meta fiscal de 2015, ainda não votada e que permite um rombo de até R$ 119,9 bilhões nas contas públicas.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, demonstrou grande preocupação em contatos com parlamentares com a possibilidade de o ajuste fiscal desandar. Ele voltou a pedir urgência na aprovação dos projetos.

Numa conversa com um parlamentar por telefone, Levy mostrou-se perplexo com a prisão de Delcídio. Mas, pragmático, destacou ao interlocutor a necessidade de se encontrar logo um relator para substituí-lo para não haver prejuízo para o ajuste.

O petista seria designado o relator do projeto de repatriação de recursos de brasileiros no exterior.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalDelcídio do AmaralDilma RousseffPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresTCU

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame