Economia

Temer tem pouco tempo para reformas, diz presidente do BNDES

Para o presidente do BNDES, o modelo tributário do Brasil precisa ser "completamente remodelado"

Paulo Rabello de Castro: "É um conjunto de puxadinhos", disse ele sobre o sistema tributário (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)

Paulo Rabello de Castro: "É um conjunto de puxadinhos", disse ele sobre o sistema tributário (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 16h44.

São Paulo - O modelo tributário do Brasil precisa ser "completamente remodelado", pois "já passou do limite da reforma", e o presidente Michel Temer dispõe, na prática, de apenas 12 meses para fazer reformas, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro.

"É um conjunto de puxadinhos", disse ele sobre o sistema tributário, durante palestra no 16° Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.

Castro ponderou, contudo, que o setor agrícola nacional é um contraponto dentro do que ele chamou de "manicômio tributário".

"A agricultura é a contraprova do manicômio tributário. Existem fatores absolutamente fundamentais, que apresentam a contraprova da bestialidade econômica em que vivemos. (A agricultura tem) regime tributário diferenciado e mais ameno, e regime de juros diferenciado, com o Plano Safra", destacou.

Sobre a situação do governo de Michel Temer, que busca realizar uma reforma tributária, assim como uma reforma da Previdência, Castro disse que, atualmente, o problema do presidente da República não é dispor de votos no Congresso Nacional para aprovar reformar macroeconômicas, mas sim "de tempo" para tocar adiante tal agenda, dado que o próximo ano já é de eleição presidencial.

"O grande problema do presidente não é a dificuldade em ter os votos suficientes. O que ele menos dispõe é de tempo para explicar. Vamos dizer caridosamente que ele dispõe de 12 meses, então ele terá de fazer opções, e uma dessas é ajudar o ministro (Henrique) Meirelles (Fazenda) a reequilibrar a área fiscal."

Acompanhe tudo sobre:BNDESGoverno TemerMichel TemerReforma da PrevidênciaReforma política

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor