Economia

Temer pede empenho da sociedade na reforma da Previdência

Na avaliação do presidente, aqueles que mais reclamam da reforma da Previdência são os que têm uma renda maior

Michel Temer: presidente reiterou ainda que o objetivo fundamental do governo é o crescimento com o combate ao desemprego (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: presidente reiterou ainda que o objetivo fundamental do governo é o crescimento com o combate ao desemprego (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de março de 2017 às 11h15.

Última atualização em 7 de março de 2017 às 11h30.

Brasília - O presidente Michel Temer pediu nesta terça-feira o empenho da sociedade em apoio à reforma da Previdência, argumentando que sem sua aprovação o governo poderá enfrentar dificuldades para manter programas sociais voltados às camadas mais pobres da população.

Na avaliação do presidente, aqueles que mais reclamam da reforma da Previdência são os que têm uma renda maior, uma vez que a maioria dos brasileiros terá aposentadoria integral porque ganha o salário mínimo.

Temer afirmou, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social no Palácio do Planalto, que a sociedade precisa "se conscientizar da indispensabilidade" da reforma previdenciária, e pediu a todos os setores que façam esclarecimentos sobre a importância da proposta.

"A reforma da Previdência há de ser algo que leve em conta o interesse do país, e não interesses políticos circunstanciais", disse Temer em discurso de abertura do encontro. "Quando se faz oposição à reforma tem que se dizer qual é a solução, porque existe um déficit. É precioso trazer uma proposta."

O presidente reconheceu que o projeto de reforma enviado pelo governo ao Congresso "pode merecer ajustamentos", mas reiterou a defesa pela idade mínima de 65 anos, dizendo que o país tem uma nova realidade demográfica que não pode ser ignorada.

O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviado pelo governo para reformar a Previdêncua tem encontrado resistência até mesmo de membros da base parlamentar de apoio a Temer, que tem defendido que o Legislativo altere o texto encaminhado pelo Executivo.

Diante da resistência a pontos polêmicos da reforma mesmo dentro da base, o governou fez uma reunião na noite de segunda-feira com Temer, ministros e líderes parlamentares traçar uma estratégia de negociação.

Segundo Temer, sem a aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso o governo poderá enfrentar dificuldades para financiar programas sociais voltados aos mais pobres, argumentando que não existem atalhos ou passes de mágica para se conseguir recursos.

"Nós estamos preocupados com o futuro daqueles que vão receber pensão, o futuro daqueles que hoje recebem pensão", disse. "É preciso mudar e é urgente que se mude. Tudo isso é para preservar os mais carentes, os mais pobres", afirmou.

Na semana passada, o PMDB, partido de Temer, usou seu perfil oficial no Facebook para dizer que, caso a reforma da Previdência não seja aprovada pelo Congresso, não haverá mais Bolsa Família e outros programas sociais.

No encontro do Conselho nesta quarta-feira, Temer reiterou que o objetivo fundamental do governo é o crescimento com o combate ao desemprego, e voltou a dizer que a inflação deve fechar o ano de 2017 abaixo do centro da meta de 4,5 por cento.

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