Economia

Temer: "Estreitamento dos laços entre Brasil e mundo árabe me é caro"

Ele disse que o governo está empenhado nas negociações bilaterais do Mercosul com países árabes e citou conversas em andamento com o Líbano e a Jordânia

Michel Temer: presidente destacou que o comércio entre o Brasil e países árabes cresceu 20%, para um volume de US$ 20 bilhões em produtos comercializados (Paulo Whitaker/Reuters)

Michel Temer: presidente destacou que o comércio entre o Brasil e países árabes cresceu 20%, para um volume de US$ 20 bilhões em produtos comercializados (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de abril de 2018 às 19h20.

São Paulo - Discursando durante o Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, em São Paulo, o presidente Michel Temer afirmou que o estreitamento dos laços entre o País e o mundo árabe é muito caro para ele, que é filho de libaneses. Segundo o presidente, a relação é próxima e seguirá com mais prosperidade daqui para frente.

"Como filho de uma família do Líbano, posso dar testemunho de quanto o Brasil tem significado para migrantes árabes e seus descendentes", declarou. "Nosso País oferece uma calorosa acolhida a todos aqueles que buscam aqui um espaço de oportunidades para construir sua vida."

Ele disse que o governo está empenhado nas negociações bilaterais do Mercosul com países árabes. Temer citou conversas em andamento com o Líbano e a Jordânia e a retomada de negociação com Marrocos e Tunísia para um acordo de livre comércio. "Queremos ampliar e diversificar nosso intercâmbio comercial e alavancar nosso fluxo de investimentos", declarou.

Temer destacou que, no último ano, o comércio entre o Brasil e países árabes cresceu 20%, para um volume de US$ 20 bilhões em produtos comercializados. Ele relatou que está interessado em visitar o Oriente Médio para acelerar o fluxo de investimentos no País.

Crescimento

Em seu discurso, Temer repetiu que o Brasil está saindo da pior recessão da história e entrando em uma fase de crescimento "cada vez mais rigoroso e sustentável". Como tem feito constantemente, o presidente afirmou que "o Brasil veio para ficar". Ele reforçou que o governo teve disposição de executar em dois anos medidas "fundamentais e importantíssimas esperadas há muitos e muitos anos".

O presidente enfatizou também seu discurso de que o governo intensificou o "diálogo" com o Congresso Nacional e que isso alavancou as conquistas desde que assumiu o comando do País, em agosto de 2016. Ele destacou os ganhos de capital da Petrobras e disse que, anteriormente, o nome da estatal era quase um "palavrão".

Temer falou sobre seu programa Progredir, que busca dar qualificação profissional para filhos de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, e destacou também que houve queda da inflação durante seu governo. "O Brasil é um país de paz e diálogo", declarou.

Brasilidade

Temer classificou como "falta de brasilidade" a suposta tentativa de desestabilizar o governo e o País. Sem citar nomes, o presidente afirmou que enfrenta oposições e que seguirá na "trilha" de trazer o Brasil para o século 21. Discursando depois do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, ele afirmou que o governo venceu "todas as dificuldades e chegamos aonde estamos".

"Não foram poucos os embaraços e oposições que nós sofremos", afirmou, em discurso. Ele disse que há pessoas querendo "desestabilizar o País" com "gestos irresponsáveis" com repercussão internacional. "Pessoas que agem desta maneira não sentem brasilidade no seu coração porque sabem que gestos como esses criam problemas no aspecto internacional", declarou.

No último sábado, 31, amigos do presidente Temer presos pela Operação Skala, da Polícia Federal, foram soltos após serem colocados no centro das investigações do decreto dos portos.

Nesta segunda-feira, Temer discursou para um público composto por empresários brasileiros e árabes e pediu que todos investissem no Brasil. "Por mais que as pessoas protestem, que tem de segurar o desenvolvimento do País, não conseguem porque o Brasil é maior do que todos. Estamos seguindo nessa trilha, trazendo o País para o século 21", disse Temer.

Temer e Meirelles deixaram o evento sem falar com a imprensa. Também estiveram presentes o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e Dyogo Oliveira, que sai do Ministério do Planejamento e assumirá a presidência do BNDES.

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