Economia

Supermercados devem ter pior avanço em vendas desde 2006

Resultado de 2015 deverá ficar abaixo da alta nas vendas reais de 2,24% em 2014, a pior performance percentual do setor em oito anos


	Supermercados: projeções mais modestas são divulgadas na esteira do anúncio de novos esforços fiscais do governo federal para elevar a arrecadação
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Supermercados: projeções mais modestas são divulgadas na esteira do anúncio de novos esforços fiscais do governo federal para elevar a arrecadação (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 13h20.

As vendas reais dos supermercados no Brasil devem subir 2 por cento em 2015, no ritmo de crescimento mais tímido desde 2006, divulgou a associação que representa o setor, Abras, nesta terça-feira.

A entidade havia inicialmente projetado em setembro um crescimento de 2,5 por cento para as vendas do setor neste ano, mas admitiu em dezembro que a estimativa provavelmente seria revista para baixo.

Com isso, o resultado de 2015 deverá ficar abaixo da alta nas vendas reais de 2,24 por cento em 2014, que, por sua vez, respondeu pela pior performance percentual do setor em oito anos.

Nesta terça-feira, a Abrasce, que representa os shopping centers no país, também estimou que as vendas nos shoppings vão crescer menos em 2015 do que em 2014.

As projeções mais modestas são divulgadas na esteira do anúncio de novos esforços fiscais do governo federal para elevar a arrecadação, o que deverá contribuir para o aumento da inflação, que já vinha pressionando o poder de compra dos consumidores.

Questionado sobre o impacto do esperado reajuste nas tarifas de energia para os supermercados, o presidente da Abras, Fernando Yamada, afirmou que o custo da energia representa em torno de 1,5 por cento do faturamento dos estabelecimentos, percentual que poderá subir para 1,7 por cento.

"Nossa perspectiva (de impacto nos preços) é mais na ponta da produção", afirmou ele, em referência a ajustes praticados pela indústria no valor dos produtos, também influenciados pelo aumento no preço dos combustíveis, além de oscilações cambiais.

Yamada acrescentou que a Abras não está prevendo falta de energia no ano e, em relação a problemas ligados à disponibilidade de água, que muitas redes supermercadistas já adotam a captação de água da chuva para utilização na área de limpeza com o objetivo de reduzir o consumo.

Segundo o gerente de atendimento da Nielsen, Fábio Gomes, o crescimento no consumo de água nos supermercados em 2014 seguiu uma tendência que já vinha sendo mostrada nos últimos anos, não sendo fundamentalmente impactado pela crise hídrica que vem se agravando na região Sudeste.

Cesta

Em dezembro, somente, as vendas reais dos supermercados no Brasil subiram 2,94 por cento sobre um ano antes.

O preço da cesta AbrasMercado, que conta com 35 produtos de amplo consumo pesquisados pela GfK, teve alta 0,76 por cento sobre novembro, a 381,12 reais. No acumulado do ano, o crescimento foi de 5,76 por cento, ante inflação medida pelo IPCA de 6,4 por cento.

As maiores altas em dezembro na comparação mensal foram da batata (+12,27 por cento), feijão (+8,93 por cento) e cebola (+5,12 por cento). As maiores baixas foram sofridas pelo tomate (-9,76 por cento), leite longa vida (-4,50 por cento) e queijo prato (-3,00 por cento).

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