Superávit primário supera meta com FMI, mas dívida e gastos com juros sobem
O resultado primário do setor público consolidado, incluindo União, estados, municípios e estatais, nos cinco primeiros meses do ano registrou um crescimento de 57,4% em relação a igual período do ano passado, segundo nota de política fiscal divulgada pelo Banco Central nesta sexta-feira (28/6). O superávit primário é a diferença entre receitas e despesas, sem […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
O resultado primário do setor público consolidado, incluindo União, estados, municípios e estatais, nos cinco primeiros meses do ano registrou um crescimento de 57,4% em relação a igual período do ano passado, segundo nota de política fiscal divulgada pelo Banco Central nesta sexta-feira (28/6). O superávit primário é a diferença entre receitas e despesas, sem considerar os juros. De janeiro a maio deste ano, em relação a igual período do ano passado, o superávit primário atingiu 36 bilhões de reais (5,73% do PIB), contra 23,5 bilhões de reais (4,63% do PIB). O acumulado do ano já supera a meta acertada com o Fundo Monetário Nacional (FMI) no primeiro semestre, que é de 34,5 bilhões de reais.
No entanto, o resultado nominal (que contabiliza os gastos com juros) foi deficitário em 9,8 bilhões de reais em maio. Entre abril e maio, os encargos financeiros alcançando 14,1 bilhões, contra os 6,4 bilhões de reais em abril. No ano, os gastos com juros até maio totalizam 63 bilhões de reais (10% do PIB). No mesmo período do ano passado foram 39 bilhões (7,7% do PIB). O déficit nominal atingiu até maio 4,39% do PIB, contra 3,11% do PIB no mesmo período de 2002.
O aumento do déficit nominal e a desvalorização do real (de 2,62% em maio) pressionaram a dívida líquida do setor público (DLSP, que mostra a relação entre a soma de todos os passivos do setor público, descontados os ativos financeiros, como caixa e créditos a receber). A DLSP aumentou em maio, alcançando 858,4 bilhões de reais (53,6% do PIB), contra 839,8 bilhões (52,1% do PIB) registrados em abril.
A dívida mobiliária federal (em títulos públicos) fora do Banco Central, por sua vez, registrou uma alta de 2,5% em relação a abril: totalizou em maio 660,8 bilhões de reais (41,1% do PIB) aumento de 16,4 bilhões de reais. No ano, a DLSP apresenta redução de 2,93 pontos percentuais do PIB. O ajuste cambial e o superávit primário no período são os responsáveis por essa redução, diz a nota do BC.