Suíça: ainda há vários casos abertos, como a restituição dos US$ 6,3 milhões confiscados pelo ex-ditador do Haiti Jean-Claude Duvalier (1971-1986) (.)
EFE
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 16h20.
Genebra - A Suíça devolveu a seus países de origem nos últimos 30 anos cerca de US$ 2 bilhões procedentes do congelamento de ativos e fundos que foram apropriados por ditadores e seu entorno e depositados no país helvécio.
O responsável pela direção de Direito Internacional Público do governo suíço, Roberto Balzaretti, informou nesta sexta-feira em entrevista coletiva que o centro financeiro suíço é o que mais fundos ilicitamente obtidos por ditadores devolveu no mundo todo.
A Suíça devolveu ao Peru em 2002 um total de US$ 92 milhões apropriados por Vladimiro Montesinos, ex-assessor do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), e em 2003 às Filipinas US$ 684 milhões em fundos confiscados por Ferdinand Marcos, que governou o país com punho de ferro de 1965 a 1986.
Também restituiu US$ 700 milhões em ativos congelados à Nigéria em 2005, à Angola no mesmo ano US$ 24 milhões, ao Cazaquistão em 2007 cerca de US$ 115 milhões e ao México em 2008 aproximadamente US$ 74 milhões em fundos apropriados ilicitamente pelo entorno do ex-presidente Carlos Salinas de Gortari (1988-1994).
No entanto, ainda há vários casos abertos, como a restituição dos US$ 6,3 milhões confiscados pelo ex-ditador do Haiti Jean-Claude Duvalier (1971-1986) e seu entorno, e a devolução de US$ 321 milhões que o clã do ex-ditador nigeriano Sani Abacha (1993-1998) depositou em contas helvécias.
Além disso, estão ainda congelados os ativos do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich e seu entorno, que somam US$ 70 milhões.
Há também fundos indevidos de pessoas próximas ao regime do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak (US$ 570 milhões) e os do regime do ex-presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali e de seu entorno (US$ 60 milhões).