Economia

Subsídios do governo federal atingem o menor percentual do PIB desde 2010

Benefícios financeiros e creditícios representaram 0,3% do PIB em 2018, a R$ 21,4 bilhões; em 2017, o percentual foi de 1,3% do PIB

Redução ocorreu a despeito de o governo Temer ter canalizado R$ 4,81 bi para uma subvenção ao óleo diesel, como medida para debelar a greve dos caminhoneiros (Pixabay/Reprodução)

Redução ocorreu a despeito de o governo Temer ter canalizado R$ 4,81 bi para uma subvenção ao óleo diesel, como medida para debelar a greve dos caminhoneiros (Pixabay/Reprodução)

R

Reuters

Publicado em 22 de abril de 2019 às 18h36.

Última atualização em 23 de abril de 2019 às 07h16.

Brasília — Os subsídios concedidos pela União tiveram queda nominal de 13,4% em 2018, a R$ 314,2 bilhões, afirmou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira, 22, diante de menores benefícios financeiros e creditícios, enquanto as renúncias tributárias, que respondem por maior peso no conjunto, seguiram estáveis.

Benefícios financeiros e creditícios, que incluem despesas com subvenções e assunções de dívida quanto gastos com programas públicos de crédito, representaram 0,3% do PIB em 2018, a R$ 21,4 bilhões, ante 1,3% do PIB em 2017.

Isso ocorreu a despeito do governo ter canalizado R$ 4,81 bilhões para uma subvenção ao óleo diesel, como medida para debelar a greve dos caminhoneiros.

Em relatório, o Tesouro informou que a diminuição foi puxada pela devolução antecipada de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela reformulação do Fies, programa de financiamento estudantil.

O Tesouro também chamou a atenção para o papel da menor taxa básica de juros e seu impacto no custo médio de emissão de títulos soberanos. Desde março de 2017, a Selic está no piso histórico de 6,5% ao ano.

Em outra frente, o Tesouro afirmou que a redução nos subsídios também foi beneficiada por contabilização de ajustes patrimoniais em fundos e programas, como ocorreu no FAT.

Por outro lado, os benefícios tributários --que implicam renúncia de receita-- ficaram estáveis em 4,3 por cento do PIB no ano passado, apontou o Tesouro, a 292,8 bilhões de reais.

Com isso, o total de subsídios como proporção do PIB ficou em 4,6 por cento, menor percentual desde 2010 (4,2 por cento).

O destaque, no caso das renúncias, foi a alta de 15,1 por cento para a Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio, num acréscimo de 3,3 bilhões de reais. Também subiram os benefícios tributários com o Simples Nacional (+4,2 por cento, ou 3 bilhões de reais adicionais) e para agricultura e agroindústria (+12,7 por cento, ou 2,786 bilhões de reais).

Na outra ponta, as maiores quedas em benefícios tributários vieram na linha de Poupança e Letra Imobiliária Garantida (-25,7 por cento (retração de 1,778 bilhão de reais) e com desoneração da folha de salários (-11,7 por cento, ou 1,6 bilhão de reais).

Acompanhe tudo sobre:BenefíciosPIBTesouro Nacional

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor