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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.
A economia brasileira precisaria de muito fôlego para repetir em 2005 o crescimento registrado neste ano. Além disso, apesar dos avanços nos fundamentos econômicos, o Brasil ainda é vulnerável a crises externas. As avaliações são do economista Raul Velloso, que abriu nesta segunda-feira (6/12) a reunião mensal de divulgação de resultados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Para Velloso, a alta de cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2004 pode ser explicada pela frágil base de comparação de 2003, pela queda da taxa básica de juros (ainda que interrompida no segundo semestre) e pelo crescimento sem precedentes do comércio mundial.
Para o próximo ano, porém, Velloso identifica três fatores de risco. O primeiro é justamente o comportamento dos juros. "Não se sabe exatamente para onde vai a Selic real", diz. Mesmo que se leve em consideração apenas a estimativa de mercado de uma taxa real pouco superior a 10% no próximo ano, já fica evidente que o ritmo atual de recuperação da economia não poderá ser mantido. "É como se esse 5% [de crescimento do PIB] fosse exagerado. Uma parte dele será devolvida em 2005", diz Velloso.
Outro problema é a extensão da crise do petróleo. Embora as cotações tenham recuado para perto de 40 dólares, depois de bater em 50 dólares, o patamar com que 2004 começou, de 30 dólares o barril, está muito distante. Finalmente, ainda não está claro como os Estados Unidos vão lidar com os imensos déficits fiscal e comercial. "É um novo fator de risco que aparece com muita força", diz o economista.