Economia

SP participa menos de empréstimos, mas ainda lidera, diz BC

Conforme o documento, a participação relativa paulista no total de empréstimos diminuiu continuamente, passando de 35,4%, em 2011, para 32,9%, em 2014


	Vista aérea de São Paulo: Rio, Minas Gerais e São Paulo, obtiveram a 8ª, 10ª e 14ª posição, respectivamente, com 53,4%, 50,6% e 49,2%
 (Divulgação)

Vista aérea de São Paulo: Rio, Minas Gerais e São Paulo, obtiveram a 8ª, 10ª e 14ª posição, respectivamente, com 53,4%, 50,6% e 49,2% (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 12h43.

Brasília - Em quatro anos, São Paulo se manteve como a Unidade da Federação (UF) que mais acessa financiamentos, mas perdeu participação de 2011 a 2014. Já o Rio de Janeiro apresentou trajetória oposta no período.

A avaliação consta do Relatório de Economia Bancária e Crédito de 2014, divulgado nesta sexta-feira, 11, pelo Banco Central.

Conforme o documento, a participação relativa paulista no total de empréstimos diminuiu continuamente, passando de 35,4%, em 2011, para 32,9%, em 2014.

Em contrapartida, a segunda maior UF em participação no total de empréstimos, apresentou trajetória oposta, aumentando a participação ao longo do período, de 14,3%, em 2011, para 16,7%, em 2014.

"Avaliando-se a relação crédito sobre PIB estadual, Santa Catarina foi a unidade da federação com o maior valor, em 2012 (64,1%), seguido de Mato Grosso (60,2%)", compara o documento.

Rio, Minas Gerais e São Paulo, obtiveram a 8ª, 10ª e 14ª posição, respectivamente, com 53,4%, 50,6% e 49,2%.

O Relatório também informou que, avaliando-se o número de clientes por UF e comparando com o saldo, é possível verificar que a região Sudeste é a que apresenta o maior empréstimo médio por cliente (R$ 513.014, em 2014).

"Tal comportamento tem por justificativa o nível médio de empréstimos verificado no estado do Rio de Janeiro (R$ 952.755), quase o dobro do observado nessa região e, praticamente, 2,3 vezes maior do que a média nacional, decorrente da concentração de grandes empresas, principalmente do ramo de energia", considerou o documento.

A evolução do saldo médio por cliente nas diferentes regiões apresentou, conforme o relatório, um paralelismo, com exceção da região Centro-Oeste, que apresentou, em 2013 e 2014, crescimento mais acentuado do que o observado nas demais regiões, devido também à concentração de "vultosos empréstimos" para empresas do ramo de energia e telecomunicações.

Sobre inadimplência, o documento informa que o Estado do Rio de Janeiro é o que apresenta, "sistematicamente", os menores valores, seguido pelo Distrito Federal, cuja taxa apresenta redução desde 2011.

Os três estados com as maiores taxas de inadimplência em 2014 foram Alagoas (3,5%), Pará (3,0%) e Rio Grande do Norte (2,9%), acima da média nacional de 1,8%.

Operações de crédito

O processo de expansão das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) continuou a mostrar expansão em 2014, mas em ritmo moderado, conforme o Banco Central por meio da divulgação do Relatório de Economia Bancária e Crédito.

No ano passado, de acordo com o documento, houve elevação das taxas de juros, acompanhada pela ampliação dos spreads, pela extensão dos prazos médios das contratações e pelos índices de inadimplência historicamente baixos.

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) atingiu 58,9%, ante 56%, em dezembro de 2013.

Financiamentos

A área do setor produtivo que mais recorreu a financiamentos no ano passado foi a de Indústrias de Transformação, com 27,8% do total, de acordo com Relatório de Economia Bancária e Crédito de 2014. Em segundo lugar, aparece o Comércio, com uma fatia de 19,2%.

"Ressalte-se também que, apesar de registrarem maior volume, esses dois setores, em relação aos demais, apresentaram as menores taxas de expansão em 2014", trouxe o documento.

No Comércio, o aumento nominal foi de 2,3%, implicando retração real de 3,9% (considerando IPCA) e no da Indústria de Transformação, de 4,0%, correspondendo a uma contração real de 2,3%.

No ano passado, a maior taxa de crescimento ficou com o setor Administração Pública, Defesa e Seguridade Social (37,2%), que também se destacou em 2012 e 2013.

Esse aumento é em parte justificado, conforme o BC, pela necessidade da realização de grandes obras de infraestrutura, em especial, no estado do Rio de Janeiro, sediará os Jogos Olímpicos em 2016.

Quando mapeia o nível de calote, o Banco Central detecta que o Comércio é o setor com maior inadimplência relativa em 2014 (3,5%).

Na faixa intermediária, os setores de Indústrias de Transformação e de Transporte, Armazenagem e Correio, com taxa de inadimplência relativamente menor, em torno de 1,7%, enquanto os setores de Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura, de Construção e de Outros Serviços têm inadimplência flutuando em torno de 2,4%.

Na menor faixa de inadimplência, encontram-se os setores de Administração Pública, Defesa e Seguridade Social, de Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP); de Indústrias Extrativas e o de Pessoas Jurídicas com Sede no Exterior ou com Atividades não Classificadas. Em 2014, de acordo com o relatório, a inadimplência cresceu na maioria dos setores, com aumento total de 0,1 ponto.

Alimentação

Ao abrir os dados do setor de Indústrias de Transformação, o BC observa que a Fabricação de Produtos Alimentícios ocupa o primeiro lugar em termos de saldo de crédito, respondendo por 20,7% do saldo do setor e por 5,8% do total concedido a pessoas jurídicas, seguida pela Fabricação de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis, com 16,2% do total do setor, e Metalurgia, com 9,4%.

De 2011 a 2014, o Comércio Varejista respondeu, em média, por 47,4% do saldo de crédito do setor de Comércio, mas com inadimplência em nível maior do que os das demais divisões do setor.

As demais divisões, de Comércio por Atacado, exceto Veículos Automotores e Motocicletas e de Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas responderam respectivamente por 37,7% e 14,9% desse valor, com participações estáveis no período, segundo o Relatório.

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