Economia

SP e Hong Kong dizem que mudança climática ameaça economia

Cerca de 76% de 207 cidades pesquisadas disseram que os efeitos do clima colocam em risco a estabilidade de suas economias locais


	Enchentes: autoridades cívicas já estão trabalhando para proteger suas economias
 (Alejandro Pagni/AFP)

Enchentes: autoridades cívicas já estão trabalhando para proteger suas economias (Alejandro Pagni/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2014 às 14h37.

Londres - Cidades como São Paulo e Hong Kong dizem que a mudança climática ameaça suas economias e a maioria está tomando medidas para proteger os negócios, de acordo com um relatório do Carbon Disclosure Project publicado hoje.

Cerca de 76 por cento das 207 cidades pesquisadas pelo grupo sem fins de lucro disseram que condições meteorológicas extremas e outros efeitos da mudança climática colocam em risco a estabilidade de suas economias locais, disse o CDP. As ameaças incluem danos a transporte, infraestrutura e bens, além de riscos para a saúde humana, de acordo com a pesquisa.

As cidades estão na linha de frente do aquecimento global, pois a elevação do nível do mar representa um perigo para os habitantes das regiões costeiras, como Nova York, Miami e Bangkok.

Três quartos das ameaças informadas por empresas também são reportadas pelas cidades onde elas operam, de acordo com o CDP, que disse que as autoridades cívicas já estão trabalhando para proteger suas economias.

“Os governos locais estão se adiantando para proteger cidadãos e negócios dos impactos da mudança climática, mas é preciso uma maior colaboração com as empresas para aumentar a resiliência das cidades”, disse Larissa Bulla, diretora do programa de cidades do CDP.

“Através do fornecimento de informações, políticas e incentivos, as cidades podem ajudar a preparar as empresas para gerenciar esses riscos”.

As Nações Unidas estimam que os níveis do mar podem subir entre 26 centímetros a 98 centímetros até o fim do século. A previsão é também de que até 2100 as temperaturas médias globais aumentarão até 4,8 graus centígrados, uma taxa muito maior do que a do fim da última era do gelo. 

Os pesquisadores das Nações Unidas estimam que até o mais recente período de aquecimento o máximo ritmo de aumento de temperatura foi de aproximadamente 1,5 grau centígrado por mil anos.

População das cidades

Lar de metade da população mundial e de mais de 80 por cento da produção econômica, as cidades também enfrentam secas, inundações e ondas de calor, além de outros riscos derivados do aquecimento global, disse o CDP.

Em muitos lugares as autoridades estão tomando medidas para proteger as empresas de ameaças detectadas, disse o CDP. Hong Kong está investindo US$ 2,7 bilhões em defesas contra inundações, como tanques subterrâneos de armazenamento, alargamento de rios e construção de túneis de drenagem.

São Paulo está trabalhando com empresas para melhorar a infraestrutura da água e reduzir o impacto do saneamento insuficiente na saúde, que pode piorar com temperaturas mais altas, disse o CDP.

No total, o projeto identificou 757 atividades distintas que as cidades pesquisadas realizam para adaptar a infraestrutura aos possíveis efeitos da mudança climática. O CDP disse que 102 cidades têm planos de adaptação climática em andamento.

O CDP afirmou que a expansão de sua pesquisa para 207 cidades em 2014, frente a 110 no ano passado, foi possível graças a uma subvenção da Bloomberg Philanthropies, que foi formada por Michael Bloomberg. Bloomberg é o fundador e proprietário majoritário da Bloomberg LP, a matriz da Bloomberg News.

O CDP, com sede em Londres, é uma entidade de pesquisas climáticas sem fins de lucro que incentiva empresas e governos a divulgarem o impacto que provocam no meio ambiente.

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