Economia

S&P coloca rating do Brasil em observação negativa

Segundo a S&P, após recentes alegações de corrupção contra o presidente Michel Temer, o cenário político do Brasil voltou a se tornar mais complicado

Temer: a observação negativa reflete o risco de corte no rating nos próximos 3 meses (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: a observação negativa reflete o risco de corte no rating nos próximos 3 meses (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 22 de maio de 2017 às 21h09.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 21h26.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou nesta segunda-feira que colocou em observação negativa a perspectiva da nota de crédito soberano do Brasil, hoje em BB, citando aumento das incertezas políticas.

Segundo a S&P, após recentes alegações de corrupção contra o presidente Michel Temer, o cenário político do Brasil voltou a se tornar mais complicado.

"As incertezas de curto prazo sobre a viabilidade política do presidente Temer, o potencial de processo de transição prolongado aumentou o risco de queda para a classificação do Brasil", diz trecho do documento.

Segundo a S&P, a observação negativa reflete o risco de corte no rating nos próximos três meses em meio ao maior estresse na dinâmica política.

Logo após o anúncio, o Ministério da Fazenda afirmou em nota que está focado na recuperação econômica e na realização das reformas e que a S&P informou que a atual nota de crédito pode ser mantida se a incerteza política for de curta duração e se a equipe econômica tiver apoio do Congresso.

"O Ministério da Fazenda reafirma o seu compromisso com a recuperação da economia brasileira por meio de reformas estruturais que objetivam o equilíbrio das contas públicas, a sustentabilidade da dívida pública e a construção de novas bases para o crescimento sustentado", diz a nota.

Na sexta-feira, a agência Fitch reafirmou o rating do Brasil em "BB" com perspectiva negativa, citando os repetidos episódios de instabilidade política que têm implicações para a economia.

As decisões das agências acontecem após os desdobramentos da divulgação de áudios de conversa de Temer com o empresário Joesley Batista, um dos controladores da JBS, na qual o presidente da República supostamente dá aval para manter pagamentos ao ex-deputado Eduardo Cunha em troca de silêncio sobre denúncias contra o governo. Temer nega as acusações.

Acompanhe tudo sobre:BrasilCorrupçãoCrise políticaMichel TemerOperação Lava JatoStandard & Poor's

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor