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Setor sucroalcooleiro articula marco regulatório dos biocombustíveis

Empresários querem evitar que o etanol perca status na matriz energética nacional diante do pré-sal

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2009 às 18h20.

O setor sucroalcooleiro articula a criação de um marco regulatório para os biocombustíveis. A direção da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) já agendou um amplo debate sobre o assunto, que acontecerá na Câmara, em 14 de outubro. A iniciativa tem como objetivo evitar que o etanol seja encoberto pelo furacão de discussões que envolvem o pré-sal e perca status na composição da matriz energética nacional. O setor não quer perder investimentos, que já minguaram com a crise econômica.

Ele também disse que o etanol não conseguiu se desenvolver no mercado de capitais. "Hoje o mercado futuro do etanol vive praticamente na Idade da Pedra".

Para Jank, é preciso acelerar o ritmo dos atuais projetos que envolvem a implantação de alcooldutos, que seguem em marcha lenta desde que a crise econômica começou. "Hoje exportamos 70% do nosso açúcar e só 15% de álcool. Se a fatia de álcool for ampliada, vamos precisar de alcooldutos, não há saída pela via tradicional. Vamos precisar de trens e de todos os modais".

Ainda segundo o presidente da Unica, outro ponto que deve ser esclarecido pelo marco regulatório dos biocombustíveis está na concorrência entre o álcool e a gasolina, que tem preços tabelados.

Jank descarta que os investimentos do etanol tenham sido apenas efeito de uma bolha passageira. "O que fez com que o setor tivesse dificuldades foram dois fatores: preços ruins e um forte corte na liquidez. Estamos em um processo de consolidação que a meu ver é positivo. Se você olhar para o mercado, hoje nós estamos no maior preço histórico de açúcar em 40 anos por falta do produto no mundo. Temos uma extensa frota de veículos flex, o que amplia a expectativa de consumo de álcool e há ainda potenciais para bioeletricidade e exportação de etanol".

O diretor-geral da Amyris Pesquisa e Desenvolvimento de Biocombustíveis, Roel Collier, concorda com as projeções de Jank.  "O Brasil é o único país do mundo que possui uma fonte de energia alternativa ao petróleo viável e sustentável: a cana-de-açúcar. O mercado já tem consciência dos efeitos cíclicos que afetam o setor sucroalcooleiro", disse Roell que também foi um dos participantes do Fórum, promovido pela revista EXAME.

Ainda segundo Roell, no futuro, as oportunidades de negócios vão estar em biorefinarias que irão utilizar a cana como insumo para a fabricação de produtos de alto valor agregado como diesel 100% limpo e produtos químicos.

 

 

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