Banco central: segundo o BC, a dívida pública líquida representou 33,1 por cento do PIB em março (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2015 às 12h07.
Brasília - O setor público brasileiro registrou superávit primário de 239 milhões de reais em março, o pior para o mês desde 2010, em resultado bem abaixo do esperado e afetado pelo desempenho negativo de governos estaduais.
Em pesquisa da Reuters, analistas estimavam saldo positivo de 5,15 bilhões de reais para o mês passado.
Apesar do governo central ter registrado superávit primário de 1,483 bilhão de reais em março, com o fluxo dos governos municipais também ficando positivo em 487 milhões de reais, o desempenho negativo dos Estados, com déficit primário de 1,633 bilhão de reais, acabou impactando o resultado final.
Empresas estatais também tiveram contribuição negativa, com déficit de 97 milhões de reais no mês.
Com isso, o déficit primário do setor público subiu a 0,70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nos 12 meses encerrados em março, pior resultado da série do BC iniciada em dezembro de 2001.
Em março, o gasto com juros nominais chegou a 69,489 bilhões de reais, recorde histórico. A linha foi diretamente afetada pela despesa de 34,512 bilhões de reais com as operações de swap cambial, contribuindo para um déficit nominal de 69,249 bilhões de reais no mês.
Segundo o BC, a dívida pública líquida representou 33,1 por cento do PIB em março, ao passo que a dívida bruta como proporção do PIB ficou em 62,4 por cento.
Árduo caminho
No primeiro trimestre do ano, a economia de gasto para o pagamento dos juros da dívida pública somou 19,003 bilhões de reais, inferior ao superávit primário de 25,631 bilhões de reais de igual etapa em 2014.
O resultado ressalta as dificuldades para o governo alcançar a meta de superávit de 66,3 bilhões de reais neste ano, ou 1,2 por cento do PIB, após déficit no ano passado e em um momento em que a economia patina, com implicações negativas sobre o potencial de arrecadação.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vem reiterando a necessidade de revisão de desonerações e subsídios dentro das medidas de ajuste fiscal do governo para reequilibrar as contas públicas.
Na frente do corte de despesas, o governo deverá anunciar até 22 de maio o limite dos gastos discricionários dos ministérios, procurando, segundo Levy, adequá-los aos esforços de economia para atingimento da meta fiscal.
*Atualizado às 12h07