A crise financeira global não atrapalhou o desempenho do setor de franquia no Brasil durante 2008, conforme os dados divulgados pela ABF (Associação Brasileira de Franchising). No último ano, o setor faturou 55 bilhões de reais, 19,5% a mais do que em 2007 e acima da previsão de avanço de 17% da própria associação.

A ABF acredita que o sucesso pode ser parcialmente explicado pelo fato de que quando a crise chegou ao Brasil, o setor estava capitalizado e mais maduro. Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF, afirmou que os consumidores se assustaram, mas outros fatores compensaram parte da perda de confiança.

“No Brasil, os setores mais afetados com a crise não são representativos no mercado de franquia. Além disso, três fatores contribuíram para os números: aumento dos níveis salariais, aumento da taxa de emprego até outubro e acesso das classes C e D ao consumo”, explicou.

A expectativa da ABF aponta para a manutenção do crescimento em 2009, mesmo com o incerto cenário econômico atual. As projeções apontam para um avanço de 13% do setor.

“Estamos sendo conservadores, uma vez que as redes estão mantendo seus planos de investimento inalterados para o ano. Outro fator favorável para a expansão das redes é que os pontos comerciais tiveram queda de preço”, diz o diretor executivo.

Segundo os dados divulgados, 200 novas empresas adotaram o modelo de franquias em 2008 como estratégia de crescimento, contribuindo para o avanço do faturamento do setor e também das unidades franqueadas.

O segmento que teve o melhor desempenho no ano foi o de acessórios pessoais e calçados, que cresceu 44,8%, enquanto apenas um setor sofreu retração: limpeza e conservação recuou 1,4% durante o ano passado.