Crise dos serviços se aprofunda em maio, com recuo de 0,9% ante abril
Setor ainda segue muito abaixo do nível pré-pandemia. Na comparação com o mesmo período do ano passado, despencou 19,5%
Agência O Globo
Publicado em 10 de julho de 2020 às 09h11.
Última atualização em 10 de julho de 2020 às 12h24.
As vendas no setor de serviços caíram pelo quarto mês consecutivo, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira. No mês, a queda foi de 0,9%, na comparação com abril, o pior mês da história da pesquisa, iniciada em 2011. Economistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 5,2% em junho.
"Essa taxa de -0,9% mostra um aprofundamento de um cenário que já era muito desfavorável para o setor de serviços. Ter um resultado ainda negativo quando a comparação é feita com abril, mês que tivemos o pior resultado da série histórica (-11,9%), é bastante significativo", ressalta Rodrigo Lobo, gerente do IBGE.
Economistas afirmam que o setor deve ser o último a sair da crise provocada pela Covid-19, uma vez que boa parte ainda sofrerá com os impactos das medidas para coibir o avanço da doença.
Este é o último indicador da economia para maio divulgado pelo IBGE. Com os números positivos da indústria e comércio, acima do previsto por analistas do mercado financeiro, economistas devem começar a revisar as projeções para o segundo trimestre de 2020, que eram de queda de dois dígitos.
A queda, no entanto, será severa e ainda não indica uma recuperação rápida. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, a estimativa de retração do PIB nesse período é de 12%. Para o ano, a mediana é de 6,5%, a mediana é de 6,5%, a maior retração em 120 anos.