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Setor de serviços cresce em julho e chega a nível mais alto em 5 anos

Na comparação com julho do ano anterior, houve elevação de 17,8% em julho de 2021

Varejo; comércio (Andre Coelho / Correspondente/Getty Images)
Drc

Da redação, com agências

Publicado em 14 de setembro de 2021 às 09h26.

Última atualização em 14 de setembro de 2021 às 12h14.

A atividade de serviços prestados às famílias impulsionou o setor de serviços em julho para a quarta alta seguida no volume, iniciando o terceiro trimestre no patamar mais elevado em cinco anos.

O volume de serviços cresceu em julho 1,1% em relação ao mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Esse resultado deixou o setor 3,9% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e também no nível mais alto desde março de 2016.

“Das últimas 14 taxas, apenas uma foi negativa. Os serviços de caráter presencial vem recuperando perdas, mas ainda estão abaixo do nível pré-pandemia. Mas há outros que estão acima e colocam julho no maio patamar desde março de 2016", explicou o analista da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Na comparação com o mesmo mês de 2020, foi registrada alta de 17,8% no volume, quinta taxa positiva seguida.

Evolução do setor de serviços no Brasil. (IBGE/Necton/Reprodução)

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, a melhora recente tem a ver com a pandemia. "O indicador é composto exatamente pelos serviços que se intensificaram durante a pandemia", comenta. "A melhora está intimamente ligada à mudanças profundas na microeconomia brasileira e esta tendência deverá continuar nos próximos trimestres."

Os resultados ficaram em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,0% na comparação mensal e de 18,0% na base anual.

Nos últimos meses o setor de serviços vem sendo beneficiado pelo avanço da vacinação no país, o que permite a reabertura da economia e favorece os serviços de caráter presencial.

Com isso, vem havendo um deslocamento dos gastos das famílias de bens para serviços, embora o setor ainda esteja 7,7% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014.

"O aumento de inflação e milhões de desempregados são impeditivos para o crescimento da prestação de serviço às famílias. Mas com flexibilização e vacinação as pessoas trocam bens de consumo por mais serviços", disse Lobo.

Lazer

Em julho, o resultado se deveu a apenas duas das cinco atividades, destacadamente a alta de 3,8% dos serviços prestados às famílias, acumulando ganho de 38,4% entre abril e julho.

Os desempenhos que mais chamaram a atenção foram de hotéis, restaurantes, serviços de buffet e parques temáticos, mas apesar disso os serviços prestados às famílias ainda estão 23,2% abaixo de fevereiro de 2020, sendo a única das cinco atividades que ainda não superou o nível pré-pandemia.

Por sua vez os serviços profissionais, administrativos e complementares avançaram 0,6%, com crescimento de 4,3% nos últimos três meses. Essa atividade superou pela primeira vez o patamar pré-pandemia, ficando 0,5% acima de fevereiro de 2020.

“Essas duas atividades (serviços prestados às famílias e profissionais) são justamente aquelas que mais perderam nos meses mais agudos da pandemia", disse Lobo, lembrando do caráter presencial delas.

Entre as outras atividades, tiveram impactos negativos no índice geral serviços de informação e comunicação (-0,4%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,2%) e os outros serviços (-0,5%).

Lobo destacou, entretanto, que embora as atividades presenciais tenham crescido em julho, são aquelas não presenciais que vêm sustentando a recuperação dos serviços desde a fase mais aguda da pandemia, entre março e maio do ano passado.

“O setor de serviços vem sendo puxado por TI, que foi impulsionada na pandemia por contatos virtuais, além de ter sido mais necessário o uso de aplicativos para trabalho remoto e desenvolvimento de segurança cibernética”, explicou ele.

O índice de atividades turísticas, por sua vez, avançou 0,5% em julho na comparação junho, na terceira taxa positiva seguida. Mas o turismo ainda precisa crescer 32,7%% para retornar ao patamar pré-pandemia, segundo o IBGE.

(Com informações da Reuters)

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