A zona do euro caiu em recessão entre julho e setembro, a segunda desde a crise financeira global em 2009 (Reuters/ Francois Lenoir)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2012 às 09h17.
Bruxelas - O sentimento na economia da zona do euro melhorou pela primeira vez em quase um ano em novembro, mas sinais de estagnação dos planos de investimento para o ano que vem na indústria feriu esperanças de uma recuperação rápida da recessão.
O sentimento econômico na zona do euro subiu 1,4 ponto para 85,7, encerrando uma sequência de oito meses de quedas, mostrou nesta quinta-feira a pesquisa mensal da Comissão Europeia com empresários e consumidores, superando as expectativas.
No entanto, a pesquisa da indústria feita pela Comissão encontrou expectativas de uma queda de 1 por cento no investimento real em 2013 na comparação com este ano, colocando dúvidas sobre o otimismo entre as autoridades europeias de que a região voltará ao crescimento no ano que vem.
A zona do euro caiu em recessão entre julho e setembro, a segunda desde a crise financeira global em 2009, ao passo que a resiliência francesa não conseguiu compensar retrações na Europa e a crise da dívida de três anos fez o crescimento da Alemanha rastejar.
A Comissão prevê crescimento de 0,1 por cento na economia da zona do euro no ano que vem, mas a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e muitos economistas internacionais veem uma continuidade da recessão em 2013.
"Nós esperamos que a zona do euro continue em recessão em 2013", afirmou o Citigroup em nota esta semana, prevendo mais cortes nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) para tentar estimular a economia, que gera um quinto da produção global.
Ainda assim, o sentimento econômico em novembro foi melhor do que o declínio esperado por economistas consultados pela Reuters e a Comissão afirmou que a confiança na indústria aumentou significativamente pela primeira vez desde fevereiro, ajudada por encomendas.
Isso pode ser um sinal de que a zona do euro, enquanto luta domesticamente contra a crise da dívida, pode estar se beneficiando externamente, à medida que as economias norte-americana e chinesa ganham certa força.
Separadamente, o indicador do clima de negócios da Comissão, que aponta para a fase do ciclo econômico, aumentou 0,42 ponto para -1,19, e mostrou uma melhora no humor sobre boa parte da economia, incluindo encomendas e expectativas de produção.
Economistas consultados pela Reuters esperavam uma leitura de -1,60.