Economia

Selic vai cair em janeiro? Mercado foca no comunicado do Copom

Segundo economistas consultados pela EXAME, a retirada de duas frases em decisão nesta quarta, 10, pode reforçar o corte da taxa de juros na próxima reunião

Selic: comunicado deve dar indicativos sobre futuro da política monetária (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Selic: comunicado deve dar indicativos sobre futuro da política monetária (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 10h44.

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter nesta quarta-feira, 10, a taxa de juros inalterada em 15% ao ano pela quarta vez consecutiva. A decisão é amplamente esperada pelo mercado.

A grande expectativa é sobre uma possível mudança na comunicação dos diretores do Banco Central para a indicação do início do ciclo de corte da Selic no próximo ano.

Na reunião de novembro, tanto no comunicado como na ata da reunião do Copom, o BC manteve o tom duro e não deu pistas sobre quando o início do ciclo de cortes da Selic começará.

Em declarações recentes, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, tem repetido que o cenário segue inalterado e que não há expectativa de mudanças na condução da política monetária no curto prazo.

As apostas de analistas de mercado são de que o cenário macroeconômico permita o início do corte da Selic em janeiro ou em março.

O que precisa mudar no comunicado?

Em relatório, o economista-chefe do Itaú BBA, Mário Mesquita, afirma que para que o corte de 0,25 ponto percentual esperado pelo banco na reunião de janeiro ocorra é preciso que o Copom elimine dois trechos na comparação com o comunicado do ano passado.

"Para que isso se concretize, será importante que o comitê ajuste a comunicação na reunião de dezembro, eliminando o trecho que afirma que 'não hesitará em retomar o ciclo de ajuste, caso julgue apropriado' e qualificando em que estágio o referido 'período bastante prolongado' se encontra", disse.

Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval, também apontou em comentário a clientes que o BC precisa deixar claro que o cenário base não conta com alta de juros e, portanto, a declaração explícita que pode retomar o ciclo de alta deve ser retirada.

Por outro lado, o economista diz que o comitê deve manter a ideia de necessidade de juros altos por período bastante prolongado por meio da manutenção do termo “bastante”.

"Esta ação, inclusive, deve servir para evitar que os agentes econômicos interpretem que o ciclo de cortes se iniciará em janeiro. Ou seja, o Copom deve adotar tom que reforça nosso cenário base de cortes de juros mais adiante", afirmou.

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