Economia

Selic no fim de 2022 permanece em 13,75% ao ano, prevê Focus

Boletim ainda informou que PIB de 2022 sobe de 1,97% a 1,98% e Dólar permanecerá R$ 5,20

Há um mês, o porcentual já era de 13,75%. Da mesma forma, a mediana para a Selic no final de 2023 permaneceu em 11,00%, de 10,50% quatro semanas antes. (Edson Souza/iStockphoto)

Há um mês, o porcentual já era de 13,75%. Da mesma forma, a mediana para a Selic no final de 2023 permaneceu em 11,00%, de 10,50% quatro semanas antes. (Edson Souza/iStockphoto)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de agosto de 2022 às 10h33.

Após a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de que o ciclo de alta de juros pode estar perto do fim, a projeção para a taxa Selic no fim de 2022 continuou em 13,75% no Boletim Focus, seu atual patamar. Há um mês, o porcentual já era de 13,75%. Da mesma forma, a mediana para a Selic no final de 2023 permaneceu em 11,00%, de 10,50% quatro semanas antes.

Considerando apenas as 42 respostas nos últimos cinco dias úteis a expectativa para o juro básico no fim deste ano cedeu de 14 00% para 13,75%. Para o término de 2023, as 40 revisões feitas nos últimos cinco dias úteis não alteraram a mediana de 11,00%.

No Copom da semana passada, a Selic subiu 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75% e o colegiado disse que vai avaliar a necessidade de uma alta adicional, de 0,25pp, em setembro. O comitê deu ênfase à projeção de 3,5% para o 1º trimestre de 2024 livre das distorções causadas pelas desonerações em itens como combustíveis e energia, embora o horizonte relevante ainda considere com maior peso a inflação de 2023.

"O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião. O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas", afirmou o colegiado.

Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes.

PIB de 2022 sobe de 1,97% a 1,98%

 A projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 avançou de 1,97% para 1,98%. Há um mês, o aumento esperado era de 1,59%. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,40% ante 0,50% um mês antes.

O Relatório de Mercado Focus também mostrou hoje manutenção na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. A mediana continuou em 59,15%, de 59,00% há um mês.

O relatório trouxe ainda estabilidade na perspectiva para a relação entre o resultado primário e o PIB deste ano, com o mercado prevendo superávit de 0,30%. Há um mês, a mediana era positiva em 0,10%. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 continuou em 6,80% ante 6,70% de quatro semanas antes.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB caiu ligeiramente, de 63,80% para 63,70%, de 62,00% há um mês. A mediana para o déficit primário permaneceu em 0,30% do PIB. Para o rombo nominal, a estimativa continuou em 7,70%. Os porcentuais eram negativos em 0,20% e 7,60%, respectivamente, há quatro semanas.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de superávit da balança comercial em 2022 de US$ 67,20 bilhões para US$ 68,03 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de um mês atrás, segundo a pesquisa Focus. Para 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, de US$ 60,71 bilhões há quatro semanas.

No caso da projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022, a mediana continuou em US$ 18,00 bilhões, repetindo a expectativa de um mês atrás. Em 2023, a projeção para o rombo em transações correntes passou de US$ 29,00 bilhões para US$ 30,00 bilhões. Há um mês, a expectativa era deficitária em US$ 32,30 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o rombo em transações correntes nesses anos. A mediana das previsões para o IDP em 2022 passou de US$ 56,25 bilhões para US$ 57,20 bilhões, ante US$ 58,40 bilhões de um mês atrás. Para 2023, passou de US$ 60,50 bilhões para US$ 61,00 bilhões, de US$ 66,15 bilhões há quatro semanas.

Câmbio para 2022 e 2023 permanece em R$ 5,20, projeta Focus

O Relatório de Mercado Focus trouxe manutenção no cenário da moeda norte-americana em 2022 e 2023. A estimativa para o câmbio este ano continuou em R$ 5,20, ante R$ 5,13 um mês antes. Para 2023, também permaneceu em R$ 5,20, de R$ 5,10 quatro semanas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Veja também: 

Boletim Focus: IPCA 2022 cai de 7,15% a 7,11%; de 2023 sobe pela 18ª vez e vai a 5,36%

Inflação muda comportamento dos brasileiros, mostra pesquisa

Acompanhe tudo sobre:Boletim FocusCopomDólareconomia-brasileiraInflaçãoPIBSelic

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor