Seguradoras mantêm oposição à criação da estatal EBS
Brasília - Um impasse marca as negociações entre o governo e as empresas seguradoras privadas em torno do projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Seguros (EBS). Após reunião no Ministério da Fazenda, o diretor da Confederação Nacional das empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada, Vida e Capitalização (CNSeg), Alexandre Malucelli, afirmou que […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - Um impasse marca as negociações entre o governo e as empresas seguradoras privadas em torno do projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Seguros (EBS). Após reunião no Ministério da Fazenda, o diretor da Confederação Nacional das empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada, Vida e Capitalização (CNSeg), Alexandre Malucelli, afirmou que o setor não abre mão da posição contrária à criação da EBS. Segundo ele, as empresas do setor vão continuar pressionando politicamente o governo para recuar da decisão de criar a estatal.
O Ministério da Fazenda, no entanto, não deu sinais na reunião de que vai recuar da proposta que foi incluída no pacote de estímulo às exportações, anunciado em maio passado. Malucelli e outros representantes da CNSeg estiveram reunidos por mais de uma hora com o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira.
O dirigente da CNSeg, que é vice-presidente da J. Malucelli (maior seguradora de garantias da América Latina), disse que o setor propôs a criação de um fundo, formado por todos os fundos estatais garantidores de crédito, a ser administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em substituição à EBS.
"Foi uma reunião produtiva no sentido de que há diálogo, com boa vontade de ambos os lados. Mas não é um assunto fácil de chegar e convergir para a mesma ideia. Precisamos de diálogo", disse Malucelli. Ele rebateu a posição do governo de que o setor não tem condições de garantir o seguro para as obras de infraestrutura que o País precisa.
"O setor privado mais que nunca tem condições de garantir. Até porque a abertura do mercado de resseguros foi feita em um modelo muito inteligente", disse. O executivo ressaltou que o setor tem hoje no País mais de 90 resseguradoras e 150 seguradoras operando no mercado.
"O mercado está bastante líquido, bastante disposto a fazer negócio, bastante técnico, com conhecimento e preparado, como tem estado até agora, para garantir projetos no futuro", justificou.
Malucelli informou que o presidente da CNSeg, Jorge Gouveia Vieira, vai se reunir nos próximos dias com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir o problema. "Diálogo é a melhor solução para o momento. Estamos procurando trazer o conforto para o governo e mostrar que não precisa da EBS".