Economia

Secretário de São Paulo defende que Cesp recomponha ativos

Marco Antônio Mroz defendeu que a geradora deve partir para a recomposição de ativos, em vez de ser vendida


	Cabos de alta-tensão da CESP na usina hidrelétrica da companhia em Paraibuna
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Cabos de alta-tensão da CESP na usina hidrelétrica da companhia em Paraibuna (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 18h21.

São Paulo - O novo secretário de Energia do Estado de São Paulo, Marco Antônio Mroz, defendeu nesta quarta-feira que a CESP, geradora de energia controlada pelo governo paulista, deve partir para a recomposição de ativos, em vez de ser vendida.

Mroz, que assumiu a Secretaria e a presidência do Conselho de Administração da CESP recentemente, disse ainda que o governo estadual quer organizar um leilão regional de energia renovável no segundo semestre.

A CESP inclusive poderia participar do leilão para recompor seu portfólio como geradora de energia.

"Tem gente que prefere vender ativos, outra corrente enxerga que a CESP deveria recompor seus ativos e se tornar uma empresa que tem a sua importância para o setor elétrico do Estado. Eu penso que a CESP deve retornar a uma política de recompra de seus ativos", disse Mroz à Reuters.

A CESP é uma das que não aceitaram renovar a concessão de hidrelétricas conforme regras estipuladas pelo governo federal em 2012.

A companhia deve ter redução de receita de cerca de 70 por cento a partir de julho de 2015, quando estarão vencidas as concessões de suas hidrelétricas Jupiá, Ilha Solteira e Três Irmãos, o que levanta questões sobre o futuro da geradora.

Como opções para recompor o portfólio de geração da CESP, Mroz mencionou a formação de parcerias ou compra de ativos.

Questionado se CESP e Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) poderiam ter ativos combinados, Mroz disse que poderia seria possível uma parceria das duas para empreendimentos novos futuros, mas não há uma definição sobre o tema.

"A CESP não pode formatar uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), depende de autorização legislativa, e a Emae tem. Ou seja, como a Secretaria de Energia pode e deve fazer com que as duas conversem, isto é possível, mas não necessário", disse.

Mroz frisou que a empresa é importante para o São Paulo --que é importador de energia -- e defendeu a ampliação da geração no próprio Estado. Ele disse que o governo de SP está organizando um leilão regional no mercado livre ainda para 2014.

O leilão permitiria participação de projetos de energia como biomassa, solar, eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCH), a biogás e recuperação energética de lixo. A venda de energia seria separada para cada produto, sem competição entre elas.

"Estamos cadastrando os possíveis empreendimentos", disse Mroz, afirmando que há potencial de mais de 100 projetos geradores interessados.

O Estado de SP intermediará a contratação de energia e só cadastrará projetos que considere viáveis, para garantir que de fato saiam do papel e dar segurança aos possíveis compradores da energia. "A gente, sendo avalista desse processo, dá credibilidade ao sistema (do leilão)", disse.

Uma chamada pública para cadastrar os interessados em comprar energia no leilão será aberta provavelmente em agosto, segundo o secretário.

Entre possíveis interessados no leilão, Mroz citou empresas que querem garantir energia para o processo produtivo e consumidores que querem ter energia renovável no portfólio.

Do lado dos vendedores, Mroz disse que há grande interesse, especialmente para projetos de energia solar e biogás.

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