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Seca reduz safras de soja e milho em 4,5 mi de toneladas

As maiores perdas foram verificadas nas lavouras de soja do Paraná e de milho do Rio Grande do Sul, e o prejuízo que já supera 2 bilhões de reais

O clima está sob a influência do fenômeno climático La Niña, que reduz e deixa irregulares as chuvas no Sul do país (LEOMAR JOSE MEES)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 18h07.

São Paulo - A seca que atinge as lavouras de soja e milho no Sul do Brasil provocou perdas de 4,5 milhões de toneladas, o equivalente a 10,6 por cento do que os três Estados sulistas esperavam colher dos dois grãos na temporada 2011/12, informaram nesta quinta-feira órgãos oficiais.

As maiores perdas foram verificadas nas lavouras de soja do Paraná e de milho do Rio Grande do Sul, e o prejuízo que já supera 2 bilhões de reais pode aumentar caso o clima não se regularize, alertaram as instituições.

O clima está sob a influência do fenômeno climático La Niña, que reduz e deixa irregulares as chuvas no Sul do país. Caso o cenário de estiagem persista, os danos devem se estender, alertaram agrônomos.

"Até o final deste mês, 40 por cento das lavouras de soja entrarão em floração, fase extremamente sensível à falta de umidade no solo", observou o agrônomo da Emater-RS, Gianfranco Bratta, em comunicado.

Para os próximos dias, entretanto, a previsão não aponta precipitações muito volumosas para o Sul do Brasil. "Entre 9 e 13 de janeiro, a chuva generalizada retorna à região, porém o acumulado não passa dos 15mm na maior parte" do Paraná, Santa Catarina e Paraná, segundo a Somar Meteorologia.

A situação das lavouras no Sul do país, assim como na Argentina, também afetada pelo La Niña, está sendo acompanhada atentamente pelo mercado internacional, que vem registrando altas na bolsa de Chicago em função do tempo seco.

Brasil e Argentina somados respondem pelo maior volume global de produção de soja.

Paraná

O Paraná é o segundo produtor de soja do Brasil, respondendo por 20 por cento da última safra nacional, que foi recorde, em mais de 75 milhões de toneladas. O Estado também é o maior produtor de milho do país, com mais de 20 por cento da colheita brasileira, que somou mais de 57 milhões de toneladas em 10/11.


"Desde novembro, pelo efeito La Niña, o Estado vem recebendo chuvas abaixo da média, o que comprometeu a safra", disse a engenheira agrônoma do Deral, Margorete Demarchi.

Dados do Simepar, órgão meteorológico do Paraná, indicam que as chuvas devem continuar esparsas e abaixo da média normal para o Estado, segundo a agrônoma. "São condições muito heterogêneas: algumas perdas são irreversíveis, mas dentro de um mesmo município é possível ver lavouras com desempenho melhor."

O Paraná deverá colher agora 12,73 milhões de toneladas de soja, ante 14,12 milhões de toneladas da previsão de dezembro. No ano passado, o Paraná colheu um recorde de 15,3 milhões de toneladas.

A estimativa da primeira safra de milho do Paraná foi reduzida para 6,4 milhões de toneladas, ante 7,4 milhões de toneladas estimadas em dezembro. Na temporada passada, o Estado produziu 6,1 milhões de toneladas de milho no verão.

Rio Grande do Sul

A safra de milho 2011/12 do Rio Grande do Sul foi bastante prejudicada, com queda de 25 por cento na comparação à estimativa inicial, sendo reduzida para 3,96 milhões de toneladas.

A falta de chuva cortou, por ora, a produção de soja em 4 por cento na comparação com a estimativa inicial, para 9,8 milhões de toneladas.
A estimativa para a soja representa uma queda de 15,6 por cento ante a produção recorde de 2010/11, que atingiu 11,7 milhões de toneladas. No caso do milho, a projeção atual representa uma perda de 31,2 por cento ante a produção da temporada passada.

O Rio Grande do Sul colheu cerca de 15 por cento da safra nacional de soja na temporada passada e é o quinto no ranking da produção de milho do Brasil, respondendo por cerca de 10 por cento da colheita do cereal.

As lavouras gaúchas de milho foram mais afetadas que as de soja até o momento porque a oleaginosa estava em estágio inicial de desenvolvimento, enquanto o milho tinha muitas áreas em floração e enchimento de grãos. As estimativas foram feitas com base em dados coletados até a segunda quinzena de dezembro.

Santa Catarina

A irregularidade das chuvas também resultou em perdas para Santa Catarina, que registrou uma quebra de 8,5 por cento na produção de milho, na comparação com a estimativa inicial de 3,84 milhões de toneladas.

O volume absoluto da quebra na produção do Estado é de 326 mil toneladas, ou prejuízo de 129 milhões de reais, segundo relatório da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Estado (Epagri).

O órgão também detectou prejuízo mínimo na produção de soja, de 2 por cento, ou 15,4 mil toneladas, concentrado na região oeste do Estado, com maior problema de falta de chuva.

Santa Catarina é pequeno produtor agrícola comparado com o Paraná e o Rio Grande do Sul, embora seja grande produtor de carnes. O La Niña não reduz as chuvas no Centro-Oeste, onde a safra se desenvolve bem.

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São Paulo - A seca que atinge as lavouras de soja e milho no Sul do Brasil provocou perdas de 4,5 milhões de toneladas, o equivalente a 10,6 por cento do que os três Estados sulistas esperavam colher dos dois grãos na temporada 2011/12, informaram nesta quinta-feira órgãos oficiais.

As maiores perdas foram verificadas nas lavouras de soja do Paraná e de milho do Rio Grande do Sul, e o prejuízo que já supera 2 bilhões de reais pode aumentar caso o clima não se regularize, alertaram as instituições.

O clima está sob a influência do fenômeno climático La Niña, que reduz e deixa irregulares as chuvas no Sul do país. Caso o cenário de estiagem persista, os danos devem se estender, alertaram agrônomos.

"Até o final deste mês, 40 por cento das lavouras de soja entrarão em floração, fase extremamente sensível à falta de umidade no solo", observou o agrônomo da Emater-RS, Gianfranco Bratta, em comunicado.

Para os próximos dias, entretanto, a previsão não aponta precipitações muito volumosas para o Sul do Brasil. "Entre 9 e 13 de janeiro, a chuva generalizada retorna à região, porém o acumulado não passa dos 15mm na maior parte" do Paraná, Santa Catarina e Paraná, segundo a Somar Meteorologia.

A situação das lavouras no Sul do país, assim como na Argentina, também afetada pelo La Niña, está sendo acompanhada atentamente pelo mercado internacional, que vem registrando altas na bolsa de Chicago em função do tempo seco.

Brasil e Argentina somados respondem pelo maior volume global de produção de soja.

Paraná

O Paraná é o segundo produtor de soja do Brasil, respondendo por 20 por cento da última safra nacional, que foi recorde, em mais de 75 milhões de toneladas. O Estado também é o maior produtor de milho do país, com mais de 20 por cento da colheita brasileira, que somou mais de 57 milhões de toneladas em 10/11.


"Desde novembro, pelo efeito La Niña, o Estado vem recebendo chuvas abaixo da média, o que comprometeu a safra", disse a engenheira agrônoma do Deral, Margorete Demarchi.

Dados do Simepar, órgão meteorológico do Paraná, indicam que as chuvas devem continuar esparsas e abaixo da média normal para o Estado, segundo a agrônoma. "São condições muito heterogêneas: algumas perdas são irreversíveis, mas dentro de um mesmo município é possível ver lavouras com desempenho melhor."

O Paraná deverá colher agora 12,73 milhões de toneladas de soja, ante 14,12 milhões de toneladas da previsão de dezembro. No ano passado, o Paraná colheu um recorde de 15,3 milhões de toneladas.

A estimativa da primeira safra de milho do Paraná foi reduzida para 6,4 milhões de toneladas, ante 7,4 milhões de toneladas estimadas em dezembro. Na temporada passada, o Estado produziu 6,1 milhões de toneladas de milho no verão.

Rio Grande do Sul

A safra de milho 2011/12 do Rio Grande do Sul foi bastante prejudicada, com queda de 25 por cento na comparação à estimativa inicial, sendo reduzida para 3,96 milhões de toneladas.

A falta de chuva cortou, por ora, a produção de soja em 4 por cento na comparação com a estimativa inicial, para 9,8 milhões de toneladas.
A estimativa para a soja representa uma queda de 15,6 por cento ante a produção recorde de 2010/11, que atingiu 11,7 milhões de toneladas. No caso do milho, a projeção atual representa uma perda de 31,2 por cento ante a produção da temporada passada.

O Rio Grande do Sul colheu cerca de 15 por cento da safra nacional de soja na temporada passada e é o quinto no ranking da produção de milho do Brasil, respondendo por cerca de 10 por cento da colheita do cereal.

As lavouras gaúchas de milho foram mais afetadas que as de soja até o momento porque a oleaginosa estava em estágio inicial de desenvolvimento, enquanto o milho tinha muitas áreas em floração e enchimento de grãos. As estimativas foram feitas com base em dados coletados até a segunda quinzena de dezembro.

Santa Catarina

A irregularidade das chuvas também resultou em perdas para Santa Catarina, que registrou uma quebra de 8,5 por cento na produção de milho, na comparação com a estimativa inicial de 3,84 milhões de toneladas.

O volume absoluto da quebra na produção do Estado é de 326 mil toneladas, ou prejuízo de 129 milhões de reais, segundo relatório da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Estado (Epagri).

O órgão também detectou prejuízo mínimo na produção de soja, de 2 por cento, ou 15,4 mil toneladas, concentrado na região oeste do Estado, com maior problema de falta de chuva.

Santa Catarina é pequeno produtor agrícola comparado com o Paraná e o Rio Grande do Sul, embora seja grande produtor de carnes. O La Niña não reduz as chuvas no Centro-Oeste, onde a safra se desenvolve bem.

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