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Aumento do PIB de SP está ligado a investimentos, diz Seade

Na comparação com janeiro de 2012, o PIB paulista no primeiro mês de 2013 cresceu 3,6%

Indústria: "São Paulo representa 42% da indústria de transformação e 57% da indústria de máquinas e equipamentos", disse o gerente de incadores do Sead, Vagner Bessa. (REUTERS/Nacho Doce)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 19h29.

São Paulo - O primeiro Estado a ter um indicador do crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB ) regional mensal foi São Paulo. A partir deste ano, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) passa a divulgar, mensalmente, os dados que apurou sobre o crescimento da economia paulista. As informações de janeiro mostram o avanço de 2,1% em janeiro ante dezembro, a variação mensal mais alta desde novembro de 2011, quando chegou a 2,9%. "Quando você começa num patamar mais alto, a sua perspectiva é melhor", afirmou o gerente de Indicadores Econômicos da Seade, Vagner Bessa. Na comparação com janeiro de 2012, o PIB paulista no primeiro mês de 2013 cresceu 3,6%. A economia do Estado, afirmou, está muito ligada a investimentos produtivos e ao comércio externo com Argentina, Estados Unidos e Europa.

Em janeiro deste ano, o crescimento econômico foi puxado pela indústria (alta de 3,8% ante dezembro). "São Paulo representa 42% da indústria de transformação e 57% da indústria de máquinas e equipamentos", disse. De acordo com a Seade, os destaques em janeiro na indústria da transformação foram: automobilística, refino de petróleo, máquinas e equipamentos e produtos químicos. Dos 20 gêneros analisados, 13 apresentaram aumento. O nível dos estoques ficou "dentro do planejado" pelas empresas e a utilização da capacidade instalada girou próximo ao usual, de 70%.

A produção industrial responde por, aproximadamente, 29% da atividade econômica paulista, perdendo apenas para o setor de serviços, que chega a 69,1%. O segmento agropecuário corresponde a apenas 1,9% do total. "São Paulo depende muito de investimentos", reiterou Bessa, na divulgação dos dados do PIB paulista de janeiro. "Costumamos falar que, quando você tem consumo, a economia do Nordeste cresce. Mas quando tem investimento, cresce o eixo do Sudeste", disse.

Além disso, há esferas muito fortes em São Paulo, como saúde, administração pública e segurança, que não estão, necessariamente, ligadas ao bom desempenho econômico. "Quando crescemos, não é um crescimento explosivo, mas também, quando caímos, não quer dizer que a economia paulista vai entrar em recessão, pois o setor de serviços dá uma segurada", declarou. As características peculiares de São Paulo fazem com que, possivelmente, segundo o economista, São Paulo cresça mais em 2013 do que a economia nacional, a exemplo do que ocorreu no ano passado. Em 2012, o crescimento registrado pela Seade no Estado foi de 1,4%, enquanto o PIB brasileiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve expansão de 0,9%.


Para 2013, o desempenho da economia paulista, além dos investimentos, vai depender da recuperação das economias americana e europeia e do comércio externo com a Argentina. As exportações para a China, relevantes para o comércio exterior nacional, por exemplo, não são expressivas em São Paulo, representando cerca de 3%. "Chegamos a um patamar muito alto de atividade. Estamos com patamar de crescimento menor agora, mas num nível de atividade bastante alto. Isso explica em parte porque o mercado de trabalho não expressa taxas maiores de desemprego: porque o nível de atividade ainda está alto."

O indicador será divulgado toda última terça-feira do mês, com 50 dias de defasagem - ou seja, com um intervalo de dois meses. Em 2005, a fundação começou a trabalhar com o indicador de conjuntura, o PIB trimestral. "Poucos países têm a tradição de divulgar o PIB mensal. Por pura tradição se divulga o PIB trimestral, mas não há motivo para que ele não seja mensal."

Há algumas diferenças metodológicas entre os critérios usados para a definição do PIB paulista apurado pela Seade e a medição do PIB brasileiro, do IBGE. "Os grandes indicadores da indústria e do comércio são idênticos, mas existem outros (na nossa análise), como movimento dos aeroportos paulistas, rodoviárias. Esses indicadores não são possíveis de se elaborar nacionalmente", disse Bessa.

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São Paulo - O primeiro Estado a ter um indicador do crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB ) regional mensal foi São Paulo. A partir deste ano, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) passa a divulgar, mensalmente, os dados que apurou sobre o crescimento da economia paulista. As informações de janeiro mostram o avanço de 2,1% em janeiro ante dezembro, a variação mensal mais alta desde novembro de 2011, quando chegou a 2,9%. "Quando você começa num patamar mais alto, a sua perspectiva é melhor", afirmou o gerente de Indicadores Econômicos da Seade, Vagner Bessa. Na comparação com janeiro de 2012, o PIB paulista no primeiro mês de 2013 cresceu 3,6%. A economia do Estado, afirmou, está muito ligada a investimentos produtivos e ao comércio externo com Argentina, Estados Unidos e Europa.

Em janeiro deste ano, o crescimento econômico foi puxado pela indústria (alta de 3,8% ante dezembro). "São Paulo representa 42% da indústria de transformação e 57% da indústria de máquinas e equipamentos", disse. De acordo com a Seade, os destaques em janeiro na indústria da transformação foram: automobilística, refino de petróleo, máquinas e equipamentos e produtos químicos. Dos 20 gêneros analisados, 13 apresentaram aumento. O nível dos estoques ficou "dentro do planejado" pelas empresas e a utilização da capacidade instalada girou próximo ao usual, de 70%.

A produção industrial responde por, aproximadamente, 29% da atividade econômica paulista, perdendo apenas para o setor de serviços, que chega a 69,1%. O segmento agropecuário corresponde a apenas 1,9% do total. "São Paulo depende muito de investimentos", reiterou Bessa, na divulgação dos dados do PIB paulista de janeiro. "Costumamos falar que, quando você tem consumo, a economia do Nordeste cresce. Mas quando tem investimento, cresce o eixo do Sudeste", disse.

Além disso, há esferas muito fortes em São Paulo, como saúde, administração pública e segurança, que não estão, necessariamente, ligadas ao bom desempenho econômico. "Quando crescemos, não é um crescimento explosivo, mas também, quando caímos, não quer dizer que a economia paulista vai entrar em recessão, pois o setor de serviços dá uma segurada", declarou. As características peculiares de São Paulo fazem com que, possivelmente, segundo o economista, São Paulo cresça mais em 2013 do que a economia nacional, a exemplo do que ocorreu no ano passado. Em 2012, o crescimento registrado pela Seade no Estado foi de 1,4%, enquanto o PIB brasileiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve expansão de 0,9%.


Para 2013, o desempenho da economia paulista, além dos investimentos, vai depender da recuperação das economias americana e europeia e do comércio externo com a Argentina. As exportações para a China, relevantes para o comércio exterior nacional, por exemplo, não são expressivas em São Paulo, representando cerca de 3%. "Chegamos a um patamar muito alto de atividade. Estamos com patamar de crescimento menor agora, mas num nível de atividade bastante alto. Isso explica em parte porque o mercado de trabalho não expressa taxas maiores de desemprego: porque o nível de atividade ainda está alto."

O indicador será divulgado toda última terça-feira do mês, com 50 dias de defasagem - ou seja, com um intervalo de dois meses. Em 2005, a fundação começou a trabalhar com o indicador de conjuntura, o PIB trimestral. "Poucos países têm a tradição de divulgar o PIB mensal. Por pura tradição se divulga o PIB trimestral, mas não há motivo para que ele não seja mensal."

Há algumas diferenças metodológicas entre os critérios usados para a definição do PIB paulista apurado pela Seade e a medição do PIB brasileiro, do IBGE. "Os grandes indicadores da indústria e do comércio são idênticos, mas existem outros (na nossa análise), como movimento dos aeroportos paulistas, rodoviárias. Esses indicadores não são possíveis de se elaborar nacionalmente", disse Bessa.

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