Economia

Saldo comercial brasileiro cai a US$1,662 bi em outubro

A balança comercial fechou o mês com saldo positivo de 1,662 bilhão de dólares, queda de 29,5 por cento sobre outubro de 2011


	Contêineres no porto de Santos: no acumulado do ano, as exportações somam 202,4 bilhões de dólares, com recuo de 5,5 por cento em relação ao mesmo período do ano passado
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Contêineres no porto de Santos: no acumulado do ano, as exportações somam 202,4 bilhões de dólares, com recuo de 5,5 por cento em relação ao mesmo período do ano passado (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2012 às 21h03.

Brasília - O Brasil registrou em outubro o menor superávit comercial em três anos para o mês, afetado pela desaceleração da economia mundial, que reduziu a demanda e os preços de importantes produtos da pauta brasileira de exportações, enquanto as importações caem em ritmo menor.

A balança comercial fechou o mês com saldo positivo de 1,662 bilhão de dólares, queda de 29,5 por cento sobre outubro de 2011, informou nesta quinta-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Levando em consideração a média por dia útil, a queda no saldo chegou a 36 por cento.

No acumulado do ano até outubro, o superávit comercial é de 17,386 bilhões de dólares, queda de 32 por cento em relação ao mesmo período de 2011.

"Estamos num cenário de baixa demanda e de retração do comércio em vários países", afirmou em entrevista a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. "O Brasil sente os efeitos da crise por conta da redução de preços de produtos importantes para a pauta", emendou.

O saldo de outubro ficou abaixo do esperado pelo mercado e é o pior para o período desde 2009, quando o superávit ficou em 1,3 bilhão de dólares. No ano, é o menor saldo desde junho, quando o superávit foi de apenas 805 milhões de dólares.


Pesquisa da Reuters mostrou que, pela mediana, os analistas consultados previram um saldo positivo de 2 bilhões de dólares. Em setembro, o superávit havia sido de 2,555 bilhões de dólares.

Exportação - No mês passado, as exportações somaram 21,766 bilhões de dólares, queda de 10,6 por cento em relação a outubro do ano passado, pela média por dia útil. Em relação a setembro, as vendas externas recuaram 6 por cento pela média diária, apesar de registram aumento no valor total -- outubro teve três dias úteis a mais que setembro e dois a mais que outubro do ano passado.

No acumulado do ano, as exportações somam 202,4 bilhões de dólares, com recuo de 5,5 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a secretária, o governo considera que, mesmo que haja uma pequena retração nas vendas ao exterior este ano, o cenário ainda é positivo diante das adversidades internacionais.

"O desempenho das exportações não depende só do Brasil", disse Tatiana. Em todo o ano de 2011, o Brasil vendeu 256 bilhões de dólares para fora.

As vendas para importantes consumidores de produtos brasileiros continuam em queda, como China, União Europeia e Argentina, enquanto os Estados Unidos mantiveram-se na contramão registrando leve alta.

As vendas entre janeiro e outubro aos europeus caíram 8,4 por cento, enquanto que para os chineses 6,1 por cento e para os argentinos, 20,8 por cento. Mas para os Estados Unidos houve alta de 9,6 por cento no ano.

Preço e manutenção - O problema da balança comercial não tem sido apenas a menor demanda. A crise externa afetou também os preços de importantes produtos na pauta brasileira. A quantidade de minério de ferro, por exemplo, cresceu 17 por cento no mês passado, mas os preços caíram 40 por cento no período.

As importações somaram 20,104 bilhões de dólares em outubro, volume recorde para o mês, mas levando em consideração a média diária, houve queda de 7,6 por cento em relação a outubro do ano passado. Em relação a setembro, a queda foi de 0,5 por cento.

Os principais fornecedores de produtos para o Brasil em outubro foram a China, com 3,658 bilhões de dólares, seguido dos Estados Unidos, com 2,8 bilhões de dólares, e da Argentina, com 1,666 bilhão de dólares.

No ano até outubro, a China já superou os Estados Unidos como principal fornecedor para o Brasil. Se essa tendência se mantiver até dezembro, será a primeira vez que o gigante asiático fechará um ano como principal fornecedor de produtos para o Brasil.

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