Safra de café pode cair mais de 10% ante 2014, prevê Procafé
A safra brasileira de café deste ano deverá atingir algo entre 40,3 milhões e 43,25 milhões de sacas de 60 kg, podendo ter um recuo na comparação com 2014
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2015 às 18h09.
Brasília - A safra brasileira de café deste ano deverá atingir algo entre 40,3 milhões e 43,25 milhões de sacas de 60 kg, podendo ter um recuo expressivo na comparação com 2014 devido principalmente a problemas climáticos, segundo pesquisa da Fundação Procafé encomendada pelo Conselho Nacional do Café (CNC), entidade que representa os produtores.
A colheita do maior produtor e exportador global cairia entre 4,6 por cento e 11,1 por cento na comparação com a produção de 2014, oficialmente estimada em 45,3 milhões de sacas.
A instituição de pesquisa Procafé disse nesta quinta-feira que a safra de arábica do Brasil foi estimada em um intervalo de 30 milhões a 32,15 milhões de sacas (queda de até 7,4 por cento ante 2014), enquanto a de café robusta ficará entre 10,3 milhões e 11,1 milhões de sacas (recuou de até 21 por cento).
"O principal motivador para a redução do volume a ser colhido foram as adversidades climáticas registradas de 2014 até o início de fevereiro de 2015, além do ciclo produtivo das plantas de arábica, que estão em ano de bienalidade negativa...", afirmou o CNC em nota.
A safra passada, que foi fortemente impactada pela seca atípica no verão e por altas temperaturas, era um ano de alta na bienalidade do arábica, que tradicionalmente registra maiores e menores colheitas, de forma intercalada.
O CNC afirmou ainda que a queda na safra deste ano se deve também a uma redução dos tratos culturais por parte dos produtores, "motivados pelos baixos preços do café, que incentivaram podas nos cafezais e até mesmo a erradicação das plantas devido à incompatibilidade das cotações de mercado com os custos de produção".
Se a previsão da Procafé ficar no ponto mais baixo da estimativa, de 40,3 milhões de sacas, o Brasil teria este ano a menor safra desde 2009, quando a produção somou 39,47 milhões de sacas. "A seca de 2014 afetou a colheita de 2015 mais do que a safra 2014", disse o engenheiro agrônomo José Braz Matiello, da Procafé. "2016 deve ter uma pequena recuperação. Poderemos ver um aumento de 4 a 5 milhões para 46-47 milhões." Por conta da quebra de safra no Brasil, a Organização Internacional do Café (OIC) estima que o mercado mundial de café enfrentará um déficit de 8 milhões de sacas na temporada 2015/2016.
"Eu acho que nós temos um déficit de 8 milhões de sacas, com uma produção de 142 milhões de sacas", disse o diretor-executivo da OIC, Robério Silva, nesta quinta-feira à Reuters. "O déficit está se tornando cada vez maior", devido às condições climáticas, como a seca no Brasil, disse ele.
ESTADOS
O Estado de Minas Gerais, com uma produção total estimada entre 21,5 milhões e 22,95 milhões de sacas, colherá um volume muito próximo ao de 2014 (-5 a +1,3 por cento), "graças à recuperação ocorrida na Zona da Mata Mineira".
O Estado do Espírito Santo, diferentemente de 2014, foi impactado fortemente pelo clima adverso na safra atual. Com isso, a produção capixaba apresentará recuos entre 15,66 por cento e 21,9 por cento ante 2014, atingindo no máximo 10,8 milhões de sacas.
O levantamento foi feito em campo, da segunda quinzena de janeiro até a segunda quinzena de fevereiro de 2015. Foram visitadas 2.700 propriedades cafeeiras do Brasil, por técnicos especializados em cafeicultura dos quadros da Fundação Procafé e de outras instituições ligadas a cooperativas e órgãos de assistência ao produtor. Na temporada passada, pesquisa semelhante da Procafé ficou abaixo do número oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab.).
A Conab, em sua primeira estimativa para a nova safra de café divulgada em janeiro, projetou uma colheita de 44,11 milhões a 46,61 milhões sacas em 2015, números que não captaram os efeitos da seca do primeiro mês do ano.
Brasília - A safra brasileira de café deste ano deverá atingir algo entre 40,3 milhões e 43,25 milhões de sacas de 60 kg, podendo ter um recuo expressivo na comparação com 2014 devido principalmente a problemas climáticos, segundo pesquisa da Fundação Procafé encomendada pelo Conselho Nacional do Café (CNC), entidade que representa os produtores.
A colheita do maior produtor e exportador global cairia entre 4,6 por cento e 11,1 por cento na comparação com a produção de 2014, oficialmente estimada em 45,3 milhões de sacas.
A instituição de pesquisa Procafé disse nesta quinta-feira que a safra de arábica do Brasil foi estimada em um intervalo de 30 milhões a 32,15 milhões de sacas (queda de até 7,4 por cento ante 2014), enquanto a de café robusta ficará entre 10,3 milhões e 11,1 milhões de sacas (recuou de até 21 por cento).
"O principal motivador para a redução do volume a ser colhido foram as adversidades climáticas registradas de 2014 até o início de fevereiro de 2015, além do ciclo produtivo das plantas de arábica, que estão em ano de bienalidade negativa...", afirmou o CNC em nota.
A safra passada, que foi fortemente impactada pela seca atípica no verão e por altas temperaturas, era um ano de alta na bienalidade do arábica, que tradicionalmente registra maiores e menores colheitas, de forma intercalada.
O CNC afirmou ainda que a queda na safra deste ano se deve também a uma redução dos tratos culturais por parte dos produtores, "motivados pelos baixos preços do café, que incentivaram podas nos cafezais e até mesmo a erradicação das plantas devido à incompatibilidade das cotações de mercado com os custos de produção".
Se a previsão da Procafé ficar no ponto mais baixo da estimativa, de 40,3 milhões de sacas, o Brasil teria este ano a menor safra desde 2009, quando a produção somou 39,47 milhões de sacas. "A seca de 2014 afetou a colheita de 2015 mais do que a safra 2014", disse o engenheiro agrônomo José Braz Matiello, da Procafé. "2016 deve ter uma pequena recuperação. Poderemos ver um aumento de 4 a 5 milhões para 46-47 milhões." Por conta da quebra de safra no Brasil, a Organização Internacional do Café (OIC) estima que o mercado mundial de café enfrentará um déficit de 8 milhões de sacas na temporada 2015/2016.
"Eu acho que nós temos um déficit de 8 milhões de sacas, com uma produção de 142 milhões de sacas", disse o diretor-executivo da OIC, Robério Silva, nesta quinta-feira à Reuters. "O déficit está se tornando cada vez maior", devido às condições climáticas, como a seca no Brasil, disse ele.
ESTADOS
O Estado de Minas Gerais, com uma produção total estimada entre 21,5 milhões e 22,95 milhões de sacas, colherá um volume muito próximo ao de 2014 (-5 a +1,3 por cento), "graças à recuperação ocorrida na Zona da Mata Mineira".
O Estado do Espírito Santo, diferentemente de 2014, foi impactado fortemente pelo clima adverso na safra atual. Com isso, a produção capixaba apresentará recuos entre 15,66 por cento e 21,9 por cento ante 2014, atingindo no máximo 10,8 milhões de sacas.
O levantamento foi feito em campo, da segunda quinzena de janeiro até a segunda quinzena de fevereiro de 2015. Foram visitadas 2.700 propriedades cafeeiras do Brasil, por técnicos especializados em cafeicultura dos quadros da Fundação Procafé e de outras instituições ligadas a cooperativas e órgãos de assistência ao produtor. Na temporada passada, pesquisa semelhante da Procafé ficou abaixo do número oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab.).
A Conab, em sua primeira estimativa para a nova safra de café divulgada em janeiro, projetou uma colheita de 44,11 milhões a 46,61 milhões sacas em 2015, números que não captaram os efeitos da seca do primeiro mês do ano.