S&P espera que governo esteja em ação, ainda que atrasado
A agência não tem prazo para promover nova mudança no rating ou na perspectiva
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 14h24.
São Paulo e Nova York - A diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor's (S&P) , Lisa Schineller, deixou claro nesta quinta-feira, 10, que, ainda que o governo esteja lento nas suas ações nas áreas fiscal e econômica, a agência espera que a atual administração siga tentando avançar.
"Esperamos que o governo esteja em ação ainda que atrasado. Não esperamos inação", disse.
"O ritmo da ação, no entanto, tem sido lento, e esperamos demora no avanço. No longo prazo, no entanto, esperamos melhora no lado fiscal", acrescentou, em teleconferência.
Para Lisa, embora seja esperada mais "turbulência" pela frente, maior deterioração fiscal, econômica e do cenário político, a agência não tem prazo para promover nova mudança no rating ou na perspectiva.
"Quando houver execução mais sólida no curto e médio prazos, perspectiva pode mudar", disse.
A diretora afirmou ainda que a S&P olha para a combinação da dinâmica fiscal e para a execução dessa política, salientando que "o contexto político pode dificultar o avanço no lado fiscal". Ao falar do avanço esperado no lado fiscal, Lisa frisou que a agência olha para os dois lados, o da receita e dos gastos. "É uma combinação", explicou.
Lisa disse também que a questão da retomada do crescimento da economia está no foco da agência e reconhece que o cenário externo se mostra adverso. "O crescimento é importante e vamos olhar a adoção de mais medidas que possam mudar esse cenário tão desafiador."
Sobre a Petrobras, Lisa disse que as denúncias de corrupção envolvendo a estatal não somente têm colaborado para a piora da economia como afetam a própria empresa.
"Notamos que a dinâmica da Petrobras enfraqueceu no último ano", afirmou. Por outro lado, Lisa citou que o governo "tem provido suporte extraordinário e necessário (à empresa)".
Levy e BC
Ainda que o Brasil tenha saído da categoria de grau de investimento, tanto o trabalho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como do Banco Central foram de algum modo reconhecidos por Lisa.
"O ministro da Fazenda está fazendo tudo o que pode em termos de gastos não discricionários", afirmou, em teleconferência. "Mas o cenário de baixo crescimento torna essa política mais desafiadora", completou.
Sobre o BC, Lisa disse que "a política monetária do Brasil é comparativamente forte e um ponto a ser destacado" em relação a outros países com o mesmo rating, ressaltando o esforço do Banco Central em "reancorar as expectativas de inflação".
Também no lado positivo, a diretora da S&P disse que o Brasil tem uma grande estrutura institucional e está à frente de seus pares de rating.
A agência rebaixou na quarta-feira, 9, o rating soberano do Brasil de BBB- para BB+, mantendo a perspectiva negativa da nota, tirando do País o selo de bom pagador e colocando-o na categoria de grau especulativo.
Em 2008, a S&P foi a primeira das três principais agências de classificação de risco a elevar o Brasil à categoria grau de investimento. Atualmente, as duas outras agências, Moody's e Fitch, ainda mantêm o Brasil como grau de investimento.
São Paulo e Nova York - A diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor's (S&P) , Lisa Schineller, deixou claro nesta quinta-feira, 10, que, ainda que o governo esteja lento nas suas ações nas áreas fiscal e econômica, a agência espera que a atual administração siga tentando avançar.
"Esperamos que o governo esteja em ação ainda que atrasado. Não esperamos inação", disse.
"O ritmo da ação, no entanto, tem sido lento, e esperamos demora no avanço. No longo prazo, no entanto, esperamos melhora no lado fiscal", acrescentou, em teleconferência.
Para Lisa, embora seja esperada mais "turbulência" pela frente, maior deterioração fiscal, econômica e do cenário político, a agência não tem prazo para promover nova mudança no rating ou na perspectiva.
"Quando houver execução mais sólida no curto e médio prazos, perspectiva pode mudar", disse.
A diretora afirmou ainda que a S&P olha para a combinação da dinâmica fiscal e para a execução dessa política, salientando que "o contexto político pode dificultar o avanço no lado fiscal". Ao falar do avanço esperado no lado fiscal, Lisa frisou que a agência olha para os dois lados, o da receita e dos gastos. "É uma combinação", explicou.
Lisa disse também que a questão da retomada do crescimento da economia está no foco da agência e reconhece que o cenário externo se mostra adverso. "O crescimento é importante e vamos olhar a adoção de mais medidas que possam mudar esse cenário tão desafiador."
Sobre a Petrobras, Lisa disse que as denúncias de corrupção envolvendo a estatal não somente têm colaborado para a piora da economia como afetam a própria empresa.
"Notamos que a dinâmica da Petrobras enfraqueceu no último ano", afirmou. Por outro lado, Lisa citou que o governo "tem provido suporte extraordinário e necessário (à empresa)".
Levy e BC
Ainda que o Brasil tenha saído da categoria de grau de investimento, tanto o trabalho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como do Banco Central foram de algum modo reconhecidos por Lisa.
"O ministro da Fazenda está fazendo tudo o que pode em termos de gastos não discricionários", afirmou, em teleconferência. "Mas o cenário de baixo crescimento torna essa política mais desafiadora", completou.
Sobre o BC, Lisa disse que "a política monetária do Brasil é comparativamente forte e um ponto a ser destacado" em relação a outros países com o mesmo rating, ressaltando o esforço do Banco Central em "reancorar as expectativas de inflação".
Também no lado positivo, a diretora da S&P disse que o Brasil tem uma grande estrutura institucional e está à frente de seus pares de rating.
A agência rebaixou na quarta-feira, 9, o rating soberano do Brasil de BBB- para BB+, mantendo a perspectiva negativa da nota, tirando do País o selo de bom pagador e colocando-o na categoria de grau especulativo.
Em 2008, a S&P foi a primeira das três principais agências de classificação de risco a elevar o Brasil à categoria grau de investimento. Atualmente, as duas outras agências, Moody's e Fitch, ainda mantêm o Brasil como grau de investimento.