Economia

Rússia aceita tratado de comércio entre Ucrânia e UE

Moscou queria prorrogar até abril de 2017 a entrada em vigor do acordo, ratificado pela UE e pela Ucrânia no ano passado


	Ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich: trata-se do mesmo tratado que o presidente ucraniano deposto se negou a assinar em 2013, desencadeando protestos que derrubaram seu governo
 (Alexander Nemenov/AFP)

Ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich: trata-se do mesmo tratado que o presidente ucraniano deposto se negou a assinar em 2013, desencadeando protestos que derrubaram seu governo (Alexander Nemenov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 16h32.

Bruxelas - A Rússia aceitou que o tratado de livre comércio entre a União Europeia (UE) e a Ucrânia entre em vigor em 1º de janeiro de 2016, anunciou nesta segunda-feira a Comissão Europeia.

"A referência que [o acordo comercial] entre em vigor em 1º de janeiro de 2016 não foi refutada pela delegação russa", disse a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom, após uma reunião com o ministro da Economia russo, Alexei Uliukaiev, e o chanceler ucraniano, Pavlo Klimkin.

Moscou queria prorrogar até abril de 2017 a entrada em vigor do acordo, ratificado pela UE e pela Ucrânia no ano passado.

"Saio dessas negociações com um sentimento de certo otimismo, há sinais que indicam que nos entendemos", afirmou o ministro da Economia, Alexei Uliukaiev, às agências russas.

"Entretanto, não falamos deste tema e acreditamos que devemos usar o tempo que dispomos da maneira mais eficaz possível", acrescentou.

O tratado de livre comércio com a Ucrânia constitui o capítulo comercial do Acordo de Associação assinado no ano passado pela UE e pelo governo pró-europeu de Kiev.

Trata-se do mesmo tratado que o presidente deposto Viktor Yanukovich se negou a assinar em novembro de 2013, desencadeando uma série de protestos que derrubaram seu governo e desembocaram em uma guerra civil no leste do país, antes da anexação da Crimeia pela Rússia.

A entrada em vigor do TLC estava prevista para novembro de 2014, mas a UE, por iniciativa da chanceler alemã, Angela Merkel, após a primeira trégua nos combates no leste, a adiou até janeiro.

Moscou denuncia que o Acordo de Associação não considera as relações da Rússia com a Ucrânia e o capítulo comercial constitui uma ameaça a suas exportações.

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