Pacote reedita medidas com eficácia duvidosa, diz Rosenberg
Segundo economista, pacote dificilmente altera o quadro de deterioração da indústria nacional
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2014 às 21h30.
São Paulo - O pacote de medidas anunciado nesta quarta-feira, 18, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega , dificilmente altera o quadro de deterioração da indústria nacional.
Esta é a avaliação do economista Rafael Bistafa, da Rosenberg Associados. "O pacote é bastante tímido. Reedita velhas medidas com eficácia duvidosa em elevar a competitividade da indústria", diz o economista.
Mantega anunciou em Brasília medidas como a continuidade do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) até o final de 2015, a volta do Reintegra e a mudança nas condições do programa de refinanciamento de dívidas fiscais (Refis).
"Sentimos falta de medidas estruturantes com foco em aumento de produtividade e eficiência. Também não vimos nada para combater custo Brasil", disse Bistafa.
O economista cita, entre medidas que poderiam ser adotadas para melhorar a competitividade da indústria brasileira, alterações trabalhistas e tributárias estruturantes ou anúncios de investimentos em novas concessões de infraestrutura.
Além disso, continua Bistafa, faltaram sinalizações de abertura comercial ou de reintegração com cadeias globais de produção. "O País cada vez mais se fecha para o comércio internacional."
O pacote anunciado, diz, não deve se traduzir em impacto para a produtividade nem trazer grandes efeitos positivos para a atividade econômica. "Não há nenhuma novidade nas medidas, que vieram para atender reivindicações de alguns setores."
Para o economista, o pacote só serve para piorar as contas públicas. "O Reintegra tem custo fiscal elevado. Foi extinto anteriormente pois não foi capaz de aumentar as exportações de manufaturados", disse.
"Teve eficácia baixa quando testado e agora volta. O governo está um pouco perdido", critica.