Economia

Rio começa a criar Plano Diretor de Drenagem

Projeto deve ser concluído no primeiro semestre de 2011. Em 2010, serão investidos R$ 10 milhões

Rua no bairro de Copacabana: urbanização diminui permeabilidade do solo. Sistema de drenagem é essencial para escoamento da água da chuva (.)

Rua no bairro de Copacabana: urbanização diminui permeabilidade do solo. Sistema de drenagem é essencial para escoamento da água da chuva (.)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 12 de abril de 2010 às 20h02.

São Paulo - Até o fim do ano, o Ministério das Cidades, com aporte da Caixa Econômica Federal, investirá 10 milhões de reais para a  elaboração de um Plano Diretor de Drenagem para o município do Rio de Janeiro. De acordo com especialistas, o projeto é fundamental para a prevenção de enchentes e deslizamentos de terra como os que castigaram a cidade no início da semana passada.

Além de um diagnótisco das condições pluviais da cidade, o estudo trará um conjunto de soluções para resolver o problema das enchentes no Rio de Janeiro. De acordo com informações da Subsecretaria de Gestão das Bacias Hidrográficas (Rio-Águas), esta é a primeira vez que o munícipio lança uma proposta do tipo. Estima-se que o plano fique pronto até o primeiro semestre de 2011.

O sistema de drenagem é composto pelos elementos de coleta e escoamento das águas da chuva. "Isso inclui a aparelhagem de microdrenagem, materializada em sarjetas, bocas de lobo ou bueiros e a de macrodrenagem, que abriga toda a rede subterrânea de drenagem, composta por galerias pluviais, além de bacias de contenção", afirma Márcio Benedito Baptista, especialista em águas pluviais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O pesquisador, que fez uma análise dos sistemas de drenagem do diversas regiões do país, explica que o município do Rio de Janeiro demanda uma infraestrutura de drenagem mais complexa que a adotada em outras áreas. "Além de ser uma cidade de grande porte, o Rio tem uma topografia complexa, chuvas intensas, problemas de maré e de manejo dos resíduos sólidos", afirma. 

Quando a maré fica alta, por exemplo, as galerias pluviais não conseguem lançar as águas da chuva nos oceanos. Sem espaço para escoar, ocorre o transbordamento. "Esse é um problema difícil de resolver. Exige controle em tempo real, criação de comportas e grandes bacias para o escoamento", diz. Segundo ele, é fundamental fazer uma previsão de como será o uso do solo nos próximos anos. "E, assim, ordenar o desenvolvimento urbano de maneira mais sustentável, prevendo áreas mais permeáveis", diz. Um exemplo disso, é a utilização, no futuro, de pavimentos permeáveis, como o que está sendo desenvolvido na Universidade de São Paulo.

Por enquanto, a Subsecretaria de Gestão das Bacias Hidrográficas (Rio-Águas) do Município, responsável pela execução do Plano Diretor, está cadastrando 900 quilômetros de rede de drenagem já existentes. Outros 1.500 quilômetros de rios e galerias pluviais também serão inspecionados. O projeto prevê também a aquisição de 40 estações hidrológicas para a medição da qualidade da água, nível das precipitações e vazões. A Rio-Águas pretende instalar a primeira estação de medição de nível e qualidade de água na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Clube Naval (Piraquê).

A prefeitura carioca investirá 8% do custo total do plano.

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