Economia

Revisão mantém em 3,1% crescimento do PIB dos EUA no 1º tri

Expectativa de economistas era a de manutenção da taxa de crescimento dos Estados Unidos

Apesar da leitura inalterada, o crescimento nos gastos do consumidor foi revisado para baixo (Pawel Gaul/Getty Images)

Apesar da leitura inalterada, o crescimento nos gastos do consumidor foi revisado para baixo (Pawel Gaul/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 27 de junho de 2019 às 10h23.

Última atualização em 27 de junho de 2019 às 10h48.

Washington — O crescimento econômico dos EUA acelerou no primeiro trimestre, confirmou o governo nesta quinta-feira, mas o aumento nas exportações e o impulso dos estoques à atividade encobriu a fraqueza da demanda doméstica, algumas das quais parecem ter prevalecido no atual trimestre.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 3,1%, também impulsionado por fortes gastos com defesa, disse o governo em sua terceira leitura do PIB do primeiro trimestre. Isso ficou inalterado em relação a sua estimativa no mês passado. A economia cresceu a um ritmo de 2,2% no período de outubro a dezembro.

Apesar da leitura inalterada, o crescimento nos gastos do consumidor foi revisado para baixo e o investimento empresarial em produtos de propriedade intelectual se mostrou mais forte do que o estimado anteriormente. Houve também revisões para cima em gastos com estruturas não residenciais. As revisões do déficit comercial e a acúmulo de estoques foram pequenas.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB no primeiro trimestre não fosse revisado e se mantivesse a uma taxa de 3,1%.

Excluindo o comércio, os estoques e os gastos do governo, a economia cresceu apenas 1,3% no primeiro trimestre. Esse foi o aumento mais lento dessa medida de demanda doméstica desde o segundo trimestre de 2013.

Quando mensurada pelo lado da receita, a economia cresceu a uma taxa de 1,0% no último trimestre. O rendimento interno bruto foi anteriormente divulgado como tendo aumentado a uma taxa de 1,4% no primeiro trimestre. A média do PIB e da renda interna bruta, também chamada de produção interna bruta e considerada a melhor medida da atividade econômica, aumentou a uma taxa de 2,1% no período de janeiro a março, abaixo do ritmo de crescimento de 2,2% estimado no mês passado.

O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, reconheceu na semana passada o impulso temporário do crescimento econômico do comércio e dos estoques, que ele descreveu como "componentes que geralmente não são indicadores confiáveis de um ímpeto contínuo".

O banco central dos EUA sinalizou na semana passada cortes na taxa de juros já em julho, citando riscos crescentes para a economia, especialmente diante de uma intensificação no conflito comercial entre EUA e China, e a baixa inflação

A economia norte-americana registrará 10 anos de expansão em julho, o período mais longo já registrado. Mas o ímpeto está diminuindo, com a indústria em dificuldades, o déficit comercial aumentando novamente e o setor habitacional ainda atolado em um ritmo morno.

Embora os gastos dos consumidores pareçam ter se recuperado rapidamente no segundo trimestre, a expectativa é que os gastos das empresas com equipamentos reduzam após o fraco relatório de encomendas de bens duráveis em maio, divulgado na quarta-feira. A guerra comercial entre EUA e China está prejudicando a confiança das empresas e dos consumidores.

O Fed de Atlanta está prevendo que o crescimento do PIB chegue a uma taxa anualizada de 1,9% no trimestre de abril a junho.

O déficit comercial diminuiu para 905 bilhões de dólares no primeiro trimestre, em vez dos 903,6 bilhões de dólares registrados no mês passado. O déficit comercial contribuiu com 0,94 ponto percentual para o PIB, em vez dos 0,96 ponto percentual estimados no mês passado.

O crescimento nos gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, foi revisado para baixo, para uma taxa de 0,9%, a mais fraca em um ano. Os gastos do consumidor foram reportados anteriormente como tendo um crescimento de 1,3% no primeiro trimestre.

Os gastos das empresas com equipamentos caíram a uma taxa não revisada de 1,0%, a mais fraca desde o primeiro trimestre de 2016. O investimento do governo aumentou 2,8%, sendo que foi reportado anteriormente um crescimento a uma taxa de 2,5%.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)PIB

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto