Economia

Reunião da Alca no México começa com incertezas

A menos de um ano para concluir a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), os 34 países que participam das negociações parecem estar cada vez mais longe de um acordo. A reunião do Comitê de Negociações Comerciais, que começou nesta segunda-feira (2/2) em Puebla (México), deve encerrar-se na próxima sexta-feira com a […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h58.

A menos de um ano para concluir a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), os 34 países que participam das negociações parecem estar cada vez mais longe de um acordo. A reunião do Comitê de Negociações Comerciais, que começou nesta segunda-feira (2/2) em Puebla (México), deve encerrar-se na próxima sexta-feira com a definição do conjunto de regras e obrigações comuns aos países participantes, com a determinação sobre os procedimentos para a realização de acordos plurilaterais e com o calendário de reuniões a partir de agora. O que parece, entretanto, é que há mais dúvidas do que certezas neste início de discussão.

Pouco atraente aos países pequenos ou com a economia bastante aberta, como é o caso do Chile, a Alca Light - proposta liderada pelo Brasil na reunião ministerial em Miami, em novembro do ano passado - deverá ser bombardeada por pressões contrárias. Temas como a abertura à concorrência internacional das compras governamentais - que, com a liberalização total, prejudicaria a indústria dos países mais pobres que depende muito das compras do governo - e investimentos diretos estrangeiros devem criar impasses.

Para o diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carlos Langoni, a estagnação das negociações da Alca precisa ser evitada pois, além de atrasar o processo o aquecimento do comércio internacional, ainda poderá resultar em uma expectativa negativa sobre o risco-país. Langoni diz que, para o Brasil ingressar em uma trajetória de crescimento sustentado, são necessárias mudanças quantitativas e qualitativas nas exportações. Para ele, o grande salto nos volumes virá a partir de acordos com Estados Unidos e União Européia. A vantagem competitiva negociada hoje é mais importante que as vantagens competitivas que a indústria pode produzir , afirma Langoni.

Na opinião do economista-chefe da Sociedade Brasileira de Estudos das Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Fernando Ribeiro, o prazo de 2005 não deve ser cumprido. Além de haver mais problemas do que propostas na discussão entre os 34 países, o processo eleitoral nos Estados Unidos pode contribuir para o atraso nos debates. O presidente ( George W.) Bush tem dado sinais ambíguos sobre a posição dos EUA , afirma Ribeiro.

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