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Retomada de crescimento exige ajuste fiscal, diz Monteiro

Ministro afirmou que país não tem crise de solvabilidade externa no horizonte, ao contrário de quando tinha que recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI)

Armando Monteiro: ministro defendeu ajuste fiscal como condição para retomada das bases do crescimento (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2015 às 16h38.

Rio - Poucos dias após a Fazenda anunciar medidas que desagradaram ao setor industrial, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, adotou um tom conciliador e defendeu o ajuste fiscal em curso diante de uma plateia de empresários na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Condenando os pessimistas, o ministro afirmou que o país não tem uma crise de solvabilidade externa no horizonte, ao contrário de quando tinha que recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Monteiro defendeu o ajuste fiscal como condição para a retomada das bases do crescimento , embora isso exija a adoção de uma "agenda desconfortável".

"O ajuste fiscal nos impõe a necessidade de enfrentar uma agenda que no curto prazo é extremamente desconfortável porque combina corte de gastos, contingenciamento de gastos, redução da estrutura de desonerações feitas na economia brasileira ", disse.

Ao contrário do que declarou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Monteiro classificou as desonerações da folha de pagamento da indústria de uma grande conquista.

No entanto, considerou a alteração do regime e aumento de alíquotas anunciada na última sexta-feira como parte do pacote de ajuste.

"Não é possível diante do custo fiscal que assumiu essa desoneração sustentá-la integralmente nesse momento. Imaginar que podemos ampliar o repertório de desonerações tributárias é irrealismo puro", disse durante o evento.

Evitando confronto direto com a Fazenda, Monteiro afirmou que o MDIC tem consciência de que faz parte de um governo único.

A pasta, segundo ele, terá entre as prioridades a apresentação do Plano Nacional de Exportação até a primeira quinzena de março.

O plano envolve medidas de facilitação e promoção de exportações, financiamento, seguro ao exportador, desburocratização e acordos comerciais.

Uma das prioridades nesse ponto será o incremento das relações comerciais com os Estados Unidos, principal destino da exportação de manufaturados brasileiros em 2014, em operações que somaram US$ 16 bilhões.

"Minha primeira viagem como ministro foi a Washington pra transmitir a prioridade que vamos dar às relações com os EUA", disse.

O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, afirmou que o país vive uma época "angustiante" na política e na economia.

O empresário defendeu também um "choque de privatização", a começar pela saúde pública, para ajudar no ajuste econômico.

Apesar disso, ele seguiu o tom de Monteiro e pediu aos empresários equilíbrio, temperança, propostas e diálogo.

"Nós, brasileiros, sabemos que temos que colaborar para o equilíbrio das contas públicas, o que induz à coisa mais importante da economia que é a credibilidade", disse.

"Não precisamos falar se um ministro foi feliz ou infeliz em alguma colocação", afirmou Gouvêa Vieira em referência à declaração de Levy de que a política de desoneração da folha salarial era uma "brincadeira".

Na sexta-feira a Firjan criticou a medida provisória que alterou o regime.

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Rio - Poucos dias após a Fazenda anunciar medidas que desagradaram ao setor industrial, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, adotou um tom conciliador e defendeu o ajuste fiscal em curso diante de uma plateia de empresários na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Condenando os pessimistas, o ministro afirmou que o país não tem uma crise de solvabilidade externa no horizonte, ao contrário de quando tinha que recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Monteiro defendeu o ajuste fiscal como condição para a retomada das bases do crescimento , embora isso exija a adoção de uma "agenda desconfortável".

"O ajuste fiscal nos impõe a necessidade de enfrentar uma agenda que no curto prazo é extremamente desconfortável porque combina corte de gastos, contingenciamento de gastos, redução da estrutura de desonerações feitas na economia brasileira ", disse.

Ao contrário do que declarou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Monteiro classificou as desonerações da folha de pagamento da indústria de uma grande conquista.

No entanto, considerou a alteração do regime e aumento de alíquotas anunciada na última sexta-feira como parte do pacote de ajuste.

"Não é possível diante do custo fiscal que assumiu essa desoneração sustentá-la integralmente nesse momento. Imaginar que podemos ampliar o repertório de desonerações tributárias é irrealismo puro", disse durante o evento.

Evitando confronto direto com a Fazenda, Monteiro afirmou que o MDIC tem consciência de que faz parte de um governo único.

A pasta, segundo ele, terá entre as prioridades a apresentação do Plano Nacional de Exportação até a primeira quinzena de março.

O plano envolve medidas de facilitação e promoção de exportações, financiamento, seguro ao exportador, desburocratização e acordos comerciais.

Uma das prioridades nesse ponto será o incremento das relações comerciais com os Estados Unidos, principal destino da exportação de manufaturados brasileiros em 2014, em operações que somaram US$ 16 bilhões.

"Minha primeira viagem como ministro foi a Washington pra transmitir a prioridade que vamos dar às relações com os EUA", disse.

O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, afirmou que o país vive uma época "angustiante" na política e na economia.

O empresário defendeu também um "choque de privatização", a começar pela saúde pública, para ajudar no ajuste econômico.

Apesar disso, ele seguiu o tom de Monteiro e pediu aos empresários equilíbrio, temperança, propostas e diálogo.

"Nós, brasileiros, sabemos que temos que colaborar para o equilíbrio das contas públicas, o que induz à coisa mais importante da economia que é a credibilidade", disse.

"Não precisamos falar se um ministro foi feliz ou infeliz em alguma colocação", afirmou Gouvêa Vieira em referência à declaração de Levy de que a política de desoneração da folha salarial era uma "brincadeira".

Na sexta-feira a Firjan criticou a medida provisória que alterou o regime.

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