Retaliação à propriedade intelectual é criticada nos EUA
Washington e São Paulo - A US Chamber of Commerce, maior associação empresarial dos Estados Unidos, criticou duramente a resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) que prevê a suspensão de patentes e outras retaliações envolvendo propriedade intelectual. "Essa ação pode tornar o Brasil um país menos hospitaleiro para indústrias baseadas em propriedade intelectual fazerem […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Washington e São Paulo - A US Chamber of Commerce, maior associação empresarial dos Estados Unidos, criticou duramente a resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) que prevê a suspensão de patentes e outras retaliações envolvendo propriedade intelectual. "Essa ação pode tornar o Brasil um país menos hospitaleiro para indústrias baseadas em propriedade intelectual fazerem negócios no longo prazo", disse Mark Esper, vice-presidente do Centro Global de Propriedade Intelectual da U.S. Chamber.
Segundo Esper, mesmo que a medida seja temporária, como sinalizou a Camex - suspensão temporária de patentes ou pagamento de royalties -, "prejudicará trabalhadores, empresas e consumidores, tanto no Brasil como nos Estados Unidos". "Exortamos o governo brasileiro a suspender qualquer tipo de retaliação cruzada enquanto os dois lados negociam", disse.
O porta-voz da Phrma (Pharmaceutical Research and Manufacturers of America), entidade que reúne as maiores indústrias farmacêuticas dos EUA, disse que ainda não há certeza de que o Brasil vai retaliar produtos farmacêuticos, então a organização não vai se pronunciar. "A resolução da Camex diz apenas que eles podem retaliar, não diz que vão", disse o vice-presidente de Comunicações, Mark Grayson. Depois da publicação da resolução ontem, os setores afetados têm um prazo de 20 dias para se manifestarem.
O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), por sua porta-voz, afirmou estar "decepcionado" com a decisão e disse que a medida pode prejudicar "o ambiente para investimentos no Brasil". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.