Economia

Restaurantes deixam de cobrar impostos em protesto

Manifestação ocorre em 15 cidades e reclama dos altos tributos cobrados nas refeições

Os impostos podem ultrapassar 30% do preço de uma refeição (Divulgação)

Os impostos podem ultrapassar 30% do preço de uma refeição (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 13h19.

Brasília – A Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) promove hoje (25) manifestações em todas as regiões do Brasil para marcar o Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte e da Liberdade de Impostos. Em 15 capitais, restaurantes que participam da manifestação organizam cardápios e refeições sem a cobrança de impostos. No país, segundo a Conaje, a carga tributária média sobre uma refeição de R$ 50 corresponde a 31,21% de impostos.

Para o presidente da Conaje, Marduk Duarte, num país com tantas desigualdades socioeconômicas, é fundamental repensar o peso dos impostos sobre o custo dos alimentos. “É nosso dever cobrar dos governantes a correta aplicação deste enorme montante, que só faz crescer com o passar dos anos”, disse Marduk defendendo que os empresários também têm a obrigação de esclarecer a população sobre a realidade tributária brasileira.

O objetivo da manifestação é mostrar ao consumidor o peso dos impostos no preço final dos produtos, principalmente daqueles que compõem a cesta básica. Serão organizados ainda abaixo-assinados em defesa de menos impostos e mais eficiência dos governos na aplicação dos recursos arrecadados.

Das capitais que aderiram às manifestações, a que apresentou a cesta básica mais cara, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é São Paulo: R$ 268,52. Para comprá-la, os paulistanos precisam trabalhar mais de 108 horas. A mais acessível foi encontrada em Aracaju (R$ 185,58), onde são necessárias 75 horas de trabalho para comprar a cesta básica.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), os brasileiros pagaram R$ 500 bilhões em tributos somente até o dia 4 de maio de 2011. A média é de R$ 2,5 mil por habitante. Até o final do ano, a cifra média por habitante poderá atingir a marca de R$ 7,5 mil.

Este ano, as capitais que aderiram ao movimento foram Aracaju (SE), Belém (PA), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luis (MA), São Paulo (SP), e Vitória (ES).

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